INTRODUÇÃO
A necessidade de repensar a Educação Permanente em Saúde (EPS) com os profissionais inseridos no serviço, a fim de articular saberes e práticas e ampliar/extrapolar o conhecimento técnico científico, constitui-se em inquietação incessante das instituições de ensino e serviços de saúde. Desta forma, procura-se aprimorar as ações educativas voltadas aos trabalhadores de saúde de forma que efetive a articulação entre estes saberes fragmentados nos serviços de modo mais flexível, reflexivo e participativo com vistas a contribuir para a qualidade da assistência por meio do desempenho da equipe e do crescimento pessoal.1
Sob esse enfoque, a EPS, instituída como Política Pública em 2003, pela Portaria GM/MS 198/04, permite a aprendizagem no trabalho por meio do questionamento da realidade, do desenvolvimento de propostas e projetos que viabilizem a mudança de práticas e operem em realidades vivas, segundo as atividades desenvolvidas pelos diferentes atores sociais e pela responsabilidade com o coletivo. Além disto, pode ser considerada como orientadora das iniciativas de desenvolvimento dos sujeitos-trabalhadores e d as estratégias de transformação das práticas em saúde.2,3
Nesse intuito, as incubadoras de aprendizagem surgem como estratégias metodológicas a fim de operacionalizar, por meio da EPS, a possibilidade de captar a realidade do cotidiano, despertar e aplicar novas ideias, potencializar competência (conhecimento, habilidade e atitude) dos profissionais, porém sem limitar-se ao conhecimento.4) Para tanto, é necessário que os envolvidos no processo conscientizem-se das suas capacidades pessoais que melhor possam servir o processo recursivo de aprendizagem-ensino-aprendizagem e, desta maneira, fazer a diferença na assistência ofertada ao usuário.3
Assim, há a operacionalização da construção de saberes e práticas dos processos de trabalho de forma participativa e reflexiva.2) As práticas educativas, desenvolvidas por meio das incubadoras de aprendizagem, representam estratégias de apoio, aprendizado, independência e motivação para autogerenciamento da assistência, utilizando-se de ações dialógicas e emancipatórias, distintas das metodologias tradicionais e, dessa forma, como uma nova forma de intervir na saúde tanto dos trabalhadores envolvidos no cuidado quanto dos usuários.5
As incubadoras de aprendizagem se destacam pela forma de desenvolver a prática educativa nos ambientes de saúde, sendo constituída por pessoas que acreditam em mudanças nesse espaço, com estrutura e pessoal, para agir como um centro capaz de sustentar a teoria, ao mesmo tempo em que conduz a um trabalho educacional prático, coerente e avançado, além de permitir integrar inovação, tecnologia e educação.6,7) Assim, o processo de aprendizagem inovador na saúde visa aprimorar a qualidade da assistência em saúde e, para isso, é necessário entrelaçar e efetivar esse processo como caminho percussor da atenção à saúde com qualidade.8
Nesse sentido, com o intuito de fomentar e compartilhar novas formas de intervir na saúde por meio da EPS nos serviços, o presente estudo teve como questão de pesquisa: qual a percepção de acadêmicos de enfermagem e trabalhadores de saúde face às novas metodologias de educação permanente em saúde. E, como objetivo: conhecer a percepção de acadêmicos de enfermagem e trabalhadores de saúde face às novas metodologias de educação permanente em saúde.
MÉTODOS
Pesquisa de abordagem qualitativa, a qual é empregada como possibilidade de aprofundar a compreensão do fenômeno em investigação, com ênfase nos processos vivenciados e nos significados atribuídos pelos sujeitos.9,10) O cenário deste estudo foi um hospital de médio porte, com atendimento exclusivo pelo Sistema Único de Saúde (SUS), localizado em um município do estado do Rio Grande do Sul, Brasil. Este possui uma incubadora de aprendizagem a qual foi criada em maio de 2012, a partir de um projeto de extensão Universitário que objetivou sensibilizar os trabalhadores e gestores do hospital acerca da importância de um espaço de EPS, bem como, criar um ambiente para realizar os encontros com os trabalhadores deste serviço.
Após os integrantes da incubadora de aprendizagem terem alcançado os objetivos propostos no projeto, foi possível torná-la um serviço de caráter permanente da instituição. Sistematicamente as atividades relativas à incubadora foram realizadas em três etapas, a saber: incubação, observação e avaliação. Na primeira etapa, foram realizados encontros semanais com os trabalhadores da saúde que estão ingressando na instituição, com o objetivo de acolhê-los; apresentar a instituição empregadora; rever conhecimentos teórico-práticos, como: legislações do SUS, políticas nacionais e portarias; e, propiciar dinâmicas grupais, permitindo a inter-relação entre os envolvidos por meio da utilização de metodologias ativas. Na segunda etapa, buscou-se acompanhar o profissional no local em que irá vir a desenvolver suas práticas de trabalho. Esta etapa foi desenvolvida a partir da observação do profissional frente à dinâmica de trabalho, orientadas pelos eixos norteadores trabalhados na primeira etapa. Após este processo, os trabalhadores foram convidados a participar da terceira etapa que consiste na avaliação dos aspectos observados, sendo esta, um momento para exposição das fragilidades e potencialidades manifestadas pelo trabalhador, caracterizando-se um espaço de reflexão-crítica e dialógica. Esta última etapa ocorreu no decorrer de até três meses que é o término do período probatório do trabalhador. As atividades na incubadora foram facilitadas pelo enfermeiro responsável do setor e acadêmicos de enfermagem, bolsistas do projeto de extensão de uma Instituição de Ensino Superior privada.
Foram convidados formalmente a participar deste presente estudo, 25 sujeitos, sendo que responderam de modo positivo 11 profissionais incubados, três acadêmicos de enfermagem e seis gestores/responsáveis pelos setores, totalizando de 20 participantes. Estes responderam aos critérios de inclusão, quais sejam: profissionais recentemente contratados e que participaram do processo da incubadora, gestores/responsáveis pelos setores do hospital e também os acadêmicos de enfermagem bolsistas do projeto. E, foram excluídos aqueles que estavam em licença de saúde/maternidade ou em férias no período da coleta de dados. Os dados foram coletados entre os meses de março a junho de 2013, a partir de entrevistas semiestruturas individuais, gravadas em áudio, com questões norteadoras as quais emergiram conforme a fala dos participantes.
Por fim, foi realizada a análise dos dados com base na técnica de análise de conteúdo temática, operacionalizada a partir das etapas: pré-análise, exploração do material e interpretação dos resultados.10) Os dados em áudio, concomitantemente a sua coleta, foram transcritos e realizou-se uma leitura sucinta visando identificar as unidades de significação que respondessem o objeto em estudo atendendo aos seguintes critérios: exaustividade, representatividade, homogeneidade, pertinência e exclusividade.
Posteriormente, foi realizada a leitura acurada e profunda das entrevistas, sendo destas as unidades de registro e/ou contexto por meio da cromatografia. Esta técnica permitiu as pesquisadoras selecionar unidades/fenômenos expressos nos textos a partir da codificação destas em cores distintas. Após, realizou-se o agrupamento destas unidades para assim proceder às discussões a luz da bibliografia.
O estudo desenvolveu-se de modo a garantir o cumprimento da ética na pesquisa que envolve os seres humanos preconizada pela Resolução Nº 466/2012.11) O protocolo do projeto foi Aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa sob o número 162.980/2012. A fim de assegurar o anonimato dos participantes, os mesmos foram identificados pelas letras “A” de acadêmicos, “P” de profissionais, “G” de gestores/responsáveis por setores, seguidas de um número que não corresponde necessariamente à sequência de participação na pesquisa (A1; P1, P2; G1 e, assim, sucessivamente).
RESULTADOS
Da análise dos dados emergiram três categorias temáticas, quais sejam: (Re) pensando as práticas em saúde; Repercussões no processo de trabalho; e, Estratégias para a qualificação do processo.
(Re)pensando as práticas em saúde
Nas falas dos participantes foi possível identificar as compreensões em relação à incubadora de aprendizagem. Os mesmos referiram como um espaço que proporciona segurança, isto devido à acolhida no momento em que eles mais se sentem desprotegidos, ou seja, o desenvolver dos primeiros passos na instituição de saúde.
É um espaço que me lembra segurança e carinho, porque estava entrando em um ambiente novo e não conhecia ninguém e, me fez refletir sobre o meu trabalho. (P2)
É bom chegar direto em um espaço de acolhida assim como a Incubadora. A gente acaba aprendendo de tudo um pouco, fica sabendo aonde é cada setor. Se me perguntarem no primeiro dia que tive na unidade, vou dizer, sabia onde estava trabalhando e como era o funcionamento. (P4)
O significado da incubadora traz à tona diversos entendimentos/sentimentos e com ela a complexidade do seu sentido. Percebe-se que esta prática de aprendizagem facilita o processo de adesão dos trabalhadores ao serviço e promove o minimizar das dúvidas recorrentes de principiantes. Ao assumir uma nova função, essas dúvidas eram por vezes reduzidas pelo enfermeiro do setor ou responsável, esses que diversas vezes encontram-se sobrecarregados pelo serviço. Assim, o profissional responsável não efetivava o acolhimento do trabalhador no serviço, deixando-o, inseguro e desamparado.
Percebeu-se, também, que a incubadora de aprendizagem, é concebida pelos participantes, como um espaço coletivo que busca a criação de novos sentidos das práticas em saúde, ou seja, possibilita (re)pensar atitudes e condutas no intuito de ampliar o cuidado/assistência pontual, mecanicista e linear.
É necessário relembrar coisas adormecidas para quem está inserido no serviço ou para quem está sendo inserido é preciso mostrar como funciona: tratar um paciente não é um cuidado puramente técnico. A incubadora mostra que o cuidado está na escuta, no cuidado em si. (P7)
Eu acho que se nós estamos aqui, juntos, discutindo a prática, falando sobre o relacionamento interpessoal, sobre comunicação na saúde, nós já estamos pensando estratégias para modificar nossa prática. (A2)
Mesmo que o trabalhador de saúde não esteja diretamente com o usuário do serviço de saúde, como os seguranças ou profissionais da limpeza, eles compreendem a importância de respeitar os espaços, por exemplo, em torno do leito e, também, as formas de atender e se comunicar de forma efetiva com os usuários e acompanhantes.
Repercussões no processo de trabalho
Para os participantes, o reconhecimento profissional vai além das competências técnicas específicas, as quais necessitam estar articuladas com as aptidões comportamentais e interligadas com as habilidades de relacionamento interpessoal.
Quando eles passam pela Incubadora, ficam mais soltos, conversam mais com a equipe e com os pacientes e é mostrado que tem que ter vínculo, tem que se comunicar com o paciente, com o familiar pra fazer um bom cuidado e quando eles passam aqui eles quebram essa barreira porque eles sabem o que tem que fazer. (G5)
Oportuniza o crescimento, a descobrir-se e o principal é saber ouvir. Então, acaba se tornando mais que uma capacitação para o saber fazer, mas uma motivação, para ter uma melhor qualidade no serviço e na forma de tratar as pessoas do convívio. (A1)
Outro elemento que se mostrou importante nas falas foi à manifestação relativa à necessidade de escuta e tornar-se mais próximo do paciente/familiar. A incubadora, nesse sentido, favorece a possibilidade de melhoria no cuidado prestado ao usuário, pela oportunidade de entrelaçar diversos conhecimentos e realidades.
Com a presença de profissionais de diversos setores da instituição, os participantes relataram que as discussões nos encontros da incubadora permitiram uma aproximação aos demais profissionais atuantes no hospital, corroborando para o trabalho em equipe, por meio da interdisciplinaridade.
Todos têm de reconhecer a importância de cada um na equipe. Todos têm uma qualidade única e cuidam de alguma forma seja direta ou indiretamente. Às vezes, é difícil conhecer, por exemplo, quem é da higienização, se eu sou da enfermagem. Mas, na Incubadora nos encontramos, conversamos, trocamos ideias. (P2)
Disseram-me que tinha de ir à Incubadora. Achei que era uma desinfecção me esperando. Mas vi café, bolacha, gente brincando. Hoje, digo para quem está entrando novo na empresa, ‘se preparem para passar na Incubadora, tem uma desinfecção enorme, mas essa é em vocês! (P7)
A incubadora de aprendizagem oportuniza as discussões sobre a disciplina no trabalho, as responsabilidades, que as pessoas pensem no que estão fazendo e não sejam mecânicas. (G2)
Para os participantes, as estratégias reflexivas nos encontros de incubação promoveram modificações no saber relacionar-se, transcendendo a prática profissional.
Estratégias para a qualificação do processo
Os participantes relatam que são estimulados por meio das atividades da incubadora a serem pró-ativos, questionadores, críticos-reflexivos e agentes mobilizadores de transformação da prática em saúde. Todavia, ainda não conhecem o cotidiano de trabalho no setor e que ao se depararem com o ambiente de trabalho enfrentam diversos conflitos, sendo impulsionados a gerenciá-los. Ainda, sinalizam que a maioria dos conflitos são causados pelos profissionais que já estão a mais tempo nos serviços e não participaram da incubadora de aprendizagem, sendo que assim, não são acompanhados, não possuem um apoio afetivo ou vínculo com os facilitadores desta prática educativa. Desta forma, não conseguem reconhecer aspectos que foram abordados durante a incubadora de aprendizagem. Estes aspectos englobam o cuidado humanizado, a importância do trabalho em equipe, a necessidade de compreender a comunicação verbal e não verbal e o respeito a si e com o outro.
Muitas vezes, eles [os colegas mais antigos] estão desmotivados, pra baixo. Falam mal e falam horrores! Acho que precisavam vir pra Incubadora e rever como estão na prática. (G3)
A gente vê no dia-a-dia aquele profissional que passou na incubadora e tenta de alguma forma transformar a prática do que não passou. Mas não há comunicação efetiva em todas as áreas do hospital e acaba deixando o cuidado tão pontual. (P5)
Os participantes relataram também, a importância dos profissionais, já inseridos no serviço, participarem deste espaço de EPS, a fim de repensar as práticas vividas, bem como, motivá-los para um cuidado/assistência ampliado.
DISCUSSÃO
As incubadoras de aprendizagem possuem um potencial desafiador que instigam a refletir, (re)formular e (re)construir o fazer e o saber fazer, motivam os trabalhadores e podem propiciar experiências significativas, construtivas, inter-relacionais e contextualizadas, envolvendo-os em atividades práticas e de aprendizagem ao longo da vida profissional.12) Esses novos sentidos não movimentam somente o usuário, ou a equipe, mas o espaço onde a saúde se produz,(13 incluindo o graduando que está inserido neste ambiente de trabalho/formação.
Dessa forma, é preciso, gradativamente, provocar estes profissionais a (re)conhecerem os mais diferentes setores e campos de atuação em âmbito hospitalar, pois assim, conectando ao ambiente de trabalho e conhecimentos nele presentes, poderão auxiliar no desenvolvimento e aprimoramento da instituição que colaboram. Participar ativa, criativa e criticamente do processo de construção do trabalho,14 tende a tornar os profissionais efetivamente envolvidos com o contexto em que se inserem, ou seja, conseguirão contextualizar e situar qualquer informação no seu concreto e real, tornando o cuidado multidisciplinar, humanizado e resolutivo.1,14) Assim, ao viabilizar a incubadora de aprendizagem como uma nova metodologia que propicie a EPS, esse espaço tende a se constituir como uma possibilidade de auxiliar os trabalhadores a refletirem acerca dos modos de atuação, de forma articulada com o mundo do trabalho, além de envolver a dimensão técnica e subjetiva das práticas de saúde.
Da mesma forma que ao trabalhar com a interdisciplinaridade a partir da dialogicidade, a incubadora de aprendizagem tende a possibilitar a (re)construção coletiva de interação por meio da subjetividade no trabalho, além da melhoria na comunicação e ação, revigorando o trabalhador e repercutindo diretamente nas práticas de saúde ao usuário que procura os serviços de saúde.15) Para a comunicação efetiva, a constituição de um vínculo reflete na inversão de uma postura fragmentada, esta que torna o grupo de trabalho integrado, forma um sistema de complementariedade, valoriza a troca de conhecimentos e experiências e possibilita maior riqueza nas inter-relações das práticas de saúde, proporcionando reflexos significativos nas subjetividades.16
Complementando com a lógica das relações interpessoais, sejam presentes na práxis profissional ou familiar, estas se mostram cada vez mais necessárias, principalmente na vida de profissionais que colaboram em instituições hospitalares, onde o trabalho é baseado nas relações humanas e encontra-se inserido em todas as atividades do cotidiano.17) Sabe-se que no contexto do trabalho não deve haver a reprodução do aprendido sem reflexão, esse deverá ser induzido conforme a cultura pessoal e a partir disto, a construção de novas maneiras de ser e agir e relacionar-se.18) As práticas educativas, como as incubadoras de aprendizagem, tornar-se-ão apenas articuladores para o desenvolvimento e estímulo a mudanças de paradigmas.
Dessa forma, a condução das práticas e o encontro do diferencial à instituição permite a resolutividade no cuidado/assistência desenvolvido com excelência e credibilidade.6) A partir da problematização e reflexão destas práticas, os trabalhadores e acadêmicos poderão desenvolver a capacidade de criar estratégias inovadoras para o seu cotidiano de trabalho, sendo imprescindível para mudanças necessárias a consolidação de um cuidado pautado nos princípios do SUS.13
O campo de trabalho em saúde é altamente complexo e dinâmico.19) Assim, as incubadoras de aprendizagem, ao serem vislumbradas como uma nova metodologia para intervir na educação em saúde, tende a auxiliar os trabalhadores e demais inseridos nesses espaços a repensarem o fazer rotineiro e mecanizado. Ou seja, pela possibilidade de instigar novos modos de ser e fazer a diferença e, principalmente, pela oportunidade de criar, implementar e desenvolver novas ideias, alicerçadas nas necessidades individuais e institucionais.20
No entanto, ainda percebe-se desafios a serem enfrentados. Segundo a ótica da EPS e dos princípios do SUS, os trabalhadores deverão agir como articuladores na identificação de "nós críticos".3,13) Ou seja, por meio da desacomodação, da inserção de trabalhadores que são estimulados e estão em constante acompanhamento, pensar outras formas de atenção à saúde para os usuários implica, entre outras atitudes, rever as relações de trabalho no setor.21) Para isso, é necessário que estes trabalhadores compreendam os espaços de produção de saúde como um campo de práxis (ação-reflexão-ação) capazes de transformar a realidade social e a sua própria prática profissional.22
Corroborando com essas ideias, planejar a prática educativa dos profissionais inseridos no serviço, sejam eles profissionais novos ou não, faz-se necessário para direcionar as atividades e as demandas de acordo com a necessidade dos mesmos.23) O planejamento dar-se-á no momento em que todos os colaboradores da instituição refletirem sobre seu modo de atuação e de trabalho em equipe, tendo como gratificação, o entrosamento das linhas de cuidado e entre as categorias profissionais, sendo estes, processos que demandam acompanhamento, análise e avaliações permanentes com vistas na qualificação e aprimoramento do processo de aprendizagem nos serviços de saúde.24) E, a partir disso, que os mesmos sejam capazes de constituírem-se como redes sociais, comprometendo-se com o desenvolvimento do território em que estão envolvidos e com atenção às coletividades.25
Concluísse-se que a incubadora de aprendizagem apresenta repercussões positivas, tanto no que se refere ao repensar de atitudes e comportamentos, quanto na qualificação do cuidado/assistência. Evidenciou-se a importância da conquista de espaço de EPS no âmbito hospitalar, por meio da inserção de uma incubadora de aprendizagem como ferramenta propiciadora da reflexão e (auto)avaliação sistemática e permanente das práticas em saúde.
A incubadora de aprendizagem se constitui, portanto, em uma importante estratégia metodológica para intervir na saúde, por meio da EPS, tornando-se uma proposta que possibilita problematizar e (re)pensar a prática na área da saúde. Além de promover a articulação entre a ação-reflexão-ação das práticas de saúde dos trabalhadores e acadêmicos de enfermagem. Assim, acredita-se ser de extrema relevância desenvolver estudos que se aproximem mais das possibilidades de efetivar as atividades de EPS não somente no âmbito hospitalar, mas nos mais diversos campos de atuação dos trabalhadores, como forma de auxiliar permanentemente na complexa atividade desenvolvida pelos mesmos.