Introdução
O último levantamento epidemiológico das condições de saúde bucal da população brasileira evidenciou que os idosos de 65 a 74 anos carecem de atenção.1 Para essa faixa etária, 23,9 % necessitavam de prótese total (PT) em pelo menos uma arcada, e 15,4 % de PT dupla, ou seja, em maxila e em mandíbula.1
A perda de todos os dentes traz dificuldades mastigatórias, em especial quando a prótese está em más condições.2 Além disso, o prazo recomendado para a sua substituição não costuma ser seguido, aliado à falta de higienização.3
A qualidade de vida é um conceito subjetivo e multidimensional, que se altera ao longo do tempo.4 Uma vez que a melhora desse quesito está diretamente relacionada ao estado de saúde bucal, surge a denominada qualidade de vida relacionada à saúde bucal (QVRSB),5 aferida por instrumentos como o Geriatric Oral Health Assessment Index - GOHAI (Índice de Avaliação da Saúde Bucal Geriátrica).6 Esse instrumento foi utilizado em pesquisas em diversos países,7,8,9,10,11,12) inclusive no Brasil.13 Sua aplicação também se deu com idosos institucionalizados,14,15,16) e com edêntulos.17
Tendo em vista que a perda dentária e o uso de próteses podem gerar insatisfação, com impactos psicológicos para os indivíduos, este trabalho buscou avaliar a autopercepção do impacto do uso de PT na QVRSB de idosos institucionalizados.
Métodos
Tratou-se de estudo transversal e quantitativo, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos Institucional (registro n.º 2.658.433). Com amostragem de conveniência, participaram 20 idosos do Lar dos Idosos Recanto do Tarumã, localizado em Curitiba, Paraná, Brasil. Esse Lar foi fundado em 1967 e abriga homens com mais de 60 anos em situação de vulnerabilidade social. Atualmente conta com 95 idosos que, além de uma moradia, e tem acesso a vários serviços de saúde e de lazer.
Os critérios de inclusão foram: idosos em condições cognitivas para responder ao questionário, conforme parecer do médico responsável local, e que utilizassem PT superior, inferior ou ambas, há pelo menos três meses.17 Todos os participantes assinaram Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE).
No questionário as variáveis socioeconômicas e sociodemográficas coletadas foram: idade e renda; a comportamentais e de hábitos foram: uso de fumo, álcool e medicação sistêmica, quantas vezes higieniza a prótese por dia, uso de produto e de escova específicos para este fim, higienização do restante da boca e última visita ao dentista. Outras questões referiam-se ao tempo de residência no Lar e tempo de uso de qualquer uma das PT.
As variáveis quantitativas (idade, renda, tempo de residência no Lar e tempo de uso da PT) foram dicotomizadas com base na distribuição pela média (paramétrica) ou pela mediana (não paramétrica).
Em seguida o GOHAI foi aplicado. Esse instrumento é composto por 12 perguntas referentes aos últimos três meses que abrangem três dimensões: 1) Psicossocial - preocupação ou cuidado com a própria saúde bucal, insatisfação com a aparência, autoconsciência relativa à saúde bucal e o fato de evitar contatos sociais devido a problemas odontológicos. 2) Física/Funcional - problemas com alimentação, fala e deglutição. 3) Dor/Desconforto - incluindo o uso de medicação para controle da dor ou desconforto relacionado a problemas bucais.6 As possíveis respostas são “sempre”, “nunca” e “às vezes”. Para cada uma atribiu-se um escore (1 a 3). Somados os valores das respostas, o escore total varia de 12 a 36, onde valores mais altos indicam pior autopercepção. Essa variável foi dicotomizada pela média em autopercepção positiva (< 5) ou negativa (≥ 5).13
As condições das PT foram avaliadas por dois especialistas em prótese dentária calibrados (Kappa= 0,78), quanto à estabilidade e retenção, oclusão e dimensão vertical.18 Os defeitos também foram registrados.3
Após a análise descritiva inicial, realizou-se teste Qui-quadrado com significância de 5 %, em SPSS versão 21 (IBM® SPSS®, Chicago, IL, EUA), para busca da associação entre QVRSB e variáveis independentes.
Resultados
As características da amostra estão na tabela 1. A média da idade foi de 75,2 (DP= 8,8) anos, e 80,0 % dos pesquisados relataram renda mensal inferior a um salário-mínimo.
Quanto aos aspectos comportamentais e de hábitos, a maioria não fuma (n= 13; 65,0 %), não usa álcool (n= 20; 100,0 %), e realiza menos de duas vezes ao dia a higiene bucal (n= 13; 65,0 %), sem usar produto específico (n= 17; 85,0 %) ou escova exclusivamente para tanto (n=11; 55,0 %). A ida ao cirurgião-dentista com pouca frequência também se destacou, visto que 14 idosos (70,0 %) estiveram com o profissional há mais de um ano (tabela 1).
Variáveis | Média (DP) | n (%) |
---|---|---|
Sociodemográficas e socioeconômicas | ||
Idade (em anos) | 75,2 (8,8) | |
Renda (em Reais)* | ||
≥ R$ 954,00 | 4 (20,0) | |
< R$ 954,00 | 16 (80,0) | |
Comportamentais e de hábitos | ||
Fuma | ||
Não | 13 (65,0) | |
Sim | 7 (35,0) | |
Uso de álcool | ||
Não | 20 (100,0) | |
Sim | 0 (0,0) | |
Uso de medicação sistêmica | ||
Não | 2 (10,0) | |
Sim | 18 (90,0) | |
Quantas vezes higieniza a prótese por dia | ||
≥ 2 vezes | 7 (35,0) | |
< 2 vezes | 13 (65,0) | |
Uso de produto específico para higienizar a PT | ||
Sim | 3 (15,0) | |
Não | 17 (85,0) | |
Uso de escova exclusiva para higienizar a PT | ||
Sim | 9 (45,0) | |
Não | 11 (55,0) | |
Higieniza o restante da cavidade bucal | ||
Sim | 10 (50,0) | |
Não | 10 (50,0) | |
Última visita ao dentista | ||
Há menos de um ano | 6 (30,0) | |
Há mais de um ano | 14 (70,0) | |
Tempo que mora no Lar (em meses) | 56,4 (57,3) | |
Tempo de uso da PT (em anos) | 27,9 (18,5) |
* Valor com base no salário-mínimo.
Sobre os aspectos da QVRSB, de modo geral, os idosos perceberam satisfatoriamente a saúde bucal, com escore médio do GOHAI de 5. Dentre os pontos positivos, os problemas mastigatórios foram mais frequentes, seguidos de mudança no modo de falar por causa de problemas na boca e desconforto ao comer algum alimento (tabela 2).
Questões do GOHAI | Nunca n (%) | Às vezes n (%) | Sempre n (%) |
---|---|---|---|
Nos últimos três meses diminuiu a quantidade de alimentos ou mudou o tipo de alimentação por causa dos seus dentes? | 16 (80,0) | 2 (10,0) | 2 (10,0) |
Nos últimos três meses teve problemas para mastigar alimentos? | 7 (35,0) | 8 (40,0) | 5 (25,0) |
Nos últimos três meses teve dor ou desconforto para engolir alimentos? | 17 (85,0) | 1 (5,0) | 2 (10,0) |
Nos últimos três meses mudou o seu modo de falar por causa dos problemas da sua boca? | 12 (60,0) | 6 (30,0) | 2 (10,0) |
Nos últimos três meses sentiu algum desconforto ao comer algum alimento? | 11 (55,0) | 4 (20,0) | 5 (25,0) |
Nos últimos três meses deixou de se encontrar com outras pessoas por causa da sua boca? | 19 (95,0) | 1 (5,0) | 0 (0,0) |
Nos últimos três meses sentiu-se satisfeito ou feliz com a aparência da sua boca? | 5 (25,0) | 7 (35,0) | 8 (40,0) |
Nos últimos três meses teve que tomar medicamentos para passar a dor ou o desconforto da sua boca? | 15 (75,0) | 3 (15,0) | 2 (10,0) |
Nos últimos três meses teve algum problema na sua boca que o deixou preocupado? | 17 (85,0) | 2 (10,0) | 1 (5,0) |
Nos últimos três meses chegou a sentir-se nervoso por causa dos problemas na sua boca? | 16 (80,0) | 4 (20,0) | 0 (0,0) |
Nos últimos três meses evitou comer junto de outras pessoas por causa de problemas na boca? | 19 (95,0) | 1 (5,0) | 0 (0,0) |
Nos últimos três meses sentiu os seus dentes ou gengivas ficarem sensíveis a alimentos ou líquidos? | 11 (55,0) | 8 (40,0) | 1 (5,0) |
Oito idosos não tinham PT inferior, somente superior. Quanto às condições destas, o problema mais frequente foi em relação à retenção da PT inferior, sendo insatisfatória em 50,0 % dos casos. Os defeitos foram constatados em 70,0 % das PT superiores e em 45,0 % das superiores. A oclusão foi insatisfatória em 10 casos, enquanto a dimensão vertical foi aceitável em 11.
Na tabela 3 são apresentados os resultados na análise das variáveis independentes em relação ao GOHAI. Nenhuma das variáveis dependentes teve associação estatisticamente significativa (p> 0,05) com a autopercepção positiva ou autopercepção negativa. Na tabela 4 as variáveis consideradas foram relacionadas às condições clínicas, as quais também se mostraram associadas ao desfecho em questão.
Variáveis | Autopercepção positiva (< 5) | Autopercepção negativa (≥ 5) | |
---|---|---|---|
Idade (em anos) | |||
< 75,2 | 4 (40,0) | 5 (50,0) | 1 |
≥ 75,2 | 6 (60,0) | 5 (50,0) | |
Renda (em Reais) | |||
≥ R$ 954,00 | 2 (20,0) | 2 (20,0) | 1 |
< R$ 954,00 | 8 (80,0) | 8 (80,0) | |
Fuma | |||
Não | 7 (70,0) | 6 (60,0) | 1 |
Sim | 3 (30,0) | 4 (40,0) | |
Uso de álcool | |||
Não | 10 (100,0) | 10 (100,0) | - |
Sim | 0 (0,0) | 0 (0,0) | |
Uso de medicação sistêmica | |||
Não | 2 (20,0) | 0 (0,0) | 0,474 |
Sim | 8 (80,0) | 10 (100,0) | |
Quantas vezes higieniza a prótese por dia | |||
≥ 2 vezes | 3 (30,0) | 4 (40,0) | 1 |
< 2 vezes | 7 (70,0) | 6 (60,0) | |
Uso de produto específico para higienizar a PT | |||
Sim | 2 (20,0) | 1 (10,0) | 1 |
Não | 8 (80,0) | 9 (90,0) | |
Uso de escova exclusiva para higienizar a PT | |||
Sim | 6 (60,0) | 3 (30,0) | 0,370 |
Não | 4 (40,0) | 7 (70,0) | |
Higieniza o restante da cavidade bucal | |||
Sim | 5 (50,0) | 5 (50,0) | 1 |
Não | 5 (50,0) | 5 (50,0) | |
Última visita ao dentista | |||
Há menos de um ano | 4 (40,0) | 2 (20,0) | 0,628 |
Há mais de um ano | 6 (60,0) | 8 (80,0) | |
Tempo que mora no Lar (em meses) | |||
< 36 | 4 (40,0) | 5 (50,0) | 1 |
≥ 36 | 6 (60,0) | 5 (50,0) |
Variáveis | Autopercepção positiva (< 5) | Autopercepção negativa (≥ 5) | Valor de p |
---|---|---|---|
Tempo de uso da PT (em anos) | |||
< 21 | 5 (50,0) | 5 (50,0) | 1 |
≥ 21 | 5 (50,0) | 5 (50,0) | |
Estabilidade da PT superior | |||
Satisfatória | 7 (70,0) | 9 (90,0) | 0,582 |
Insatisfatória | 3 (30,0) | 1 (10,0) | |
Estabilidade da PT inferior* | |||
Satisfatória | 0 (0,0) | 2 (20,0) | 0,204 |
Insatisfatória | 6 (60,0) | 4 (40,0) | |
Retenção da PT superior | |||
Satisfatória | 7 (70,0) | 9 (90,0) | 0,582 |
Insatisfatória | 3 (30,0) | 1 (10,0) | |
Retenção da PT inferior* | |||
Satisfatória | 0 (0,0) | 2 (20,0) | 0,204 |
Insatisfatória | 6 (60,0) | 4 (40,0) | |
Oclusão | |||
Satisfatória | 3 (30,0) | 3 (30,0) | 1 |
Insatisfatória | 7 (70,0) | 7 (70,0) | |
Dimensão vertical | |||
Aceitável | 6 (60,0) | 5 (50,0) | 1 |
Muito reduzida | 4 (40,0) | 5 (50,0) | |
Defeito na PT superior | |||
Ausente | 9 (90,0) | 8 (80,0) | 1 |
Presente | 1 (10,0) | 2 (20,0) | |
Defeito na PT inferior* | |||
Ausente | 5 (50,0) | 6 (60,0) | 0,580 |
Presente | 1 (10,0) | 0 (0,0) |
* Valores referentes a seis idosos com PT inferior.
A análise bivariada não demonstrou nenhuma associação entre as variáveis (p> 0,05).
Discussão
Esta pesquisa avaliou a autopercepção da QVRSB e fatores associados, revelando que, de modo geral, os moradores do Lar dos Idosos Recanto no Tarumã tem uma percepção positiva acerca da sua saúde bucal.
Uma vez que as condições bucais estão relacionadas à qualidade de vida,5 o GOHAI busca informações da autopercepção da QVRSB. É uma ferramenta útil e de fácil aplicação na população idosa, pois permite a coleta de informações referentes a aspectos funcionais e psicológicos conjuntamente,6,14,15,16 sendo considerado confiável e válido.7,8,17
Quanto aos resultados, a média de idade foi de 75,2 anos, valor aproximado ao de outros estudos.8,19 A baixa renda identificada coincide com os dados de demais idosos brasileiros usuários de PT.20
Nesta pesquisa, em geral, os idosos avaliaram positivamente a sua percepção da QVRSB, visto que a média do escore geral do questionário foi 5, valor considerado baixo.6 Dos 20 idosos, 15 se consideraram satisfeitos ou felizes com a aparência bucal. Em 10 das 12 questões a resposta “nunca” foi a mais frequente, ou seja, os entrevistados não fizeram relatos negativos, por exemplo, em relação à diminuição da quantidade de alimentos, dor ou desconforto para engolir, mudanças no modo de falar, uso de medicamentos para dor ou o desconforto na boca, ou à diminuição da participação social por conta de problemas bucais. Apesar de estudos que corroborem os resultados desta pesquisa, com predomínio de autopercepção positiva,21 esse panorama não é usualmente encontrado, onde valores médios do GOHAI ficam próximos a 30.10,13,14
Os problemas mais encontrados foram para mastigar alimentos e desconforto ao comer algo. Neste sentido, a ausência de dentes é comprometedora. Mozafari et al.22 confirmam isso ao descrever que a ausência de dentes afeta a ingestão de alimentos. Apesar disso, os achados da presente pesquisa não indicaram diminuição da quantidade de alimento e/ou mudança no tipo de alimentação por conta da utilização das próteses. Isso pode ser explicado pelo fato de a perda dentária dificultar a alimentação, mas estar associada à diminuição da dor23 e, por conseguinte à melhora da qualidade e vida.
Conforme a Pesquisa Nacional de Saúde Bucal realizada em 2010,1 na faixa etária de 65 a 74 anos, 63,1 % usam PT superior e 37,5 % usam inferior. A necessidade de PT em ambas foi de 15,4 % e em uma das arcadas foi de 17,9 %. Dos idosos aqui avaliados, seis não possuíam PT inferior, o que também pode vir a comprometer a capacidade de mastigar.
Neste estudo, 70,0 % dos avaliados visitaram o cirurgião-dentista há mais de um ano, o que indica falta de assistência odontológica. Ainda, em média, os idosos usam há quase 28 anos a mesma ou as mesmas PT. Esse tempo corrobora os achados de Braga et al.,3 que avaliaram 103 idosos com PT e constataram que 32,0 % não compareciam ao dentista havia mais de 20 anos, e 38,8 % usavam a PT há mais de 20 anos. Esse tempo de uso prolongado é contraindicado, pois as PT começam a apresentar defeitos que se intensificam a partir de cinco anos de uso.24 Apesar de não ser uma associação aqui reportado, a falta de visita ao profissional acarreta em pior percepção da QVRSB,11,25 bem como o uso de próteses inadequadas,2 falta de uso de próteses11 e menor frequência de higienização das mesmas,25 condição também encontrada na presente pesquisa.
Para Braga et al.3 a questão estética foi a menos relatada pelos idosos. Isso vai ao encontro dos resultados da presente pesquisa, visto que problemas sociais associados ao uso de PT não foram reportados. A satisfação e a felicidade com a boca também foram ressaltadas. Ainda, problemas psicológicos não foram aqui identificados, pois 85,0 % não relataram ter problemas bucais que gerem preocupação, e 80,0 % não se sentiram nervosos por esse motivo. Autores confirmam que a presença de próteses gera impactos psicológicos, visto que a PT em ambas as arcadas se mostrou mais associada à dor e ao desconforto, e o GOHAI mostrou-se positivamente correlacionado com o status da prótese.10
Souza et al.26 analisaram a autopercepção da necessidade de PT com 3.514 idosos brasileiros desdentados e constataram uma associação deste desfecho com a insatisfação com as condições de saúde bucal na percepção dos idosos.
O exame das PT auxilia na determinação da eficiência das mesmas. A PT superior apresentou valores satisfatórios de retenção e estabilidade, o que pode ser explicado pela capacidade de adaptação muscular. Já para a inferior o quadro foi mais crítico, com 50,0 % dos casos insatisfatórios. Não foram encontrados valores expressivos de defeitos, resultado distante do de Braga et al.,3 onde 64 % das PT eram não funcionais. Silva et al.19 encontraram 80,0 % de próteses inadequadas de 91 idosos institucionalizados. As PT em condições precárias se configuram em especial nas populações brasileiras como resultante da desassistência vivida.19
Nenhum dos itens do GOHAI se mostrou estatisticamente associado às variáveis independentes analisadas, o que demonstra neste trabalho que a percepção de QVRSB dos idosos não foi influenciada pelo uso de PT e demais fatores. A falta de associação às variáveis clínicas e sociodemográficas também foi confirmada na pesquisa de Melo et al.15 com 166 idosos institucionalizados. Contrariamente, Fonseca et al.14 concluíram que os idosos, mesmo com condições bucais desfavoráveis, tiveram uma autopercepção positiva. Uma das razões para isso, segundo os autores, deve-se à aceitação do envelhecer e a perda dentária ser vista como um processo natural. Presença de dor de origem dentária ou gengival e necessidade de prótese aumentam a percepção negativa. Para Silva et al.2) a perda dentária ou o uso de próteses inadequadas implicam em impactos negativos, especialmente quanto à preocupação, estresse em virtude de problemas bucais e vergonha. A necessidade de próteses piorou a percepção da QVRSB em idosos institucionalizados indianos.12
A ausência de um grupo de idosos não institucionalizados, como controle, pode ser uma limitação desta pesquisa. Contudo19 não encontraram diferenças significativas quando esta comparação foi realizada.
Pode-se concluir, neste estudo, que os idosos avaliados, independente das condições da prótese, tem uma autopercepção positiva da QVRSB.