Introdução
O puerpério é a fase pela qual podem ocorrer diversas modificações, sejam elas físicas, hormonais, psíquicas e sociais. É nesse período que ocorre às manifestações involutivas ao estado anterior à gestação, e é nessa fase também que a mulher se adapta à amamentação. O puérperio pode ser dividido em três períodos: imediato (do 1º ao 10º dia após o parto), tardio (do 11º ao 45º dia) e remoto (a partir do 45º dia).1,2
No período puerperal, a mulher deve atentar para os cuidados com ela mesma e com o bebê, no intuito de preservar o bem-estar e uma boa recuperação. A amamentação é muito importante para ambos, por isso, deve haver um feedback positivo entre mãe e filho, visto que a saúde do bebê e da mãe é primordial. Então, se a mãe estiver saudável, consequentemente, influenciará positivamente na saúde do bebê, seja por meio do aleitamento materno, dos cuidados necessários ou do laço afetivo criado entre mãe e filho.1,2,3
Com essa nova fase de adaptação, a mulher pode passar por algumas complicações e/ou dificuldades, uma delas é em relação à quantidade e a qualidade do sono, que pode ser afetada por diversos fatores. A falta de conhecimento também pode contribuir, principalmente quando a mulher é primípara.4
Em relação às modificações emocionais, pode-se observar a interrupção da quantidade e qualidade do sono que pode estar relacionada à barreira ambiental (ruído ambiental, exposição à luz do dia/escuridão, temperatura/umidade do ambiente, local não familiar); imobilização; interrupção de sono causado pelo parceiro; padrão de sono não restaurador (responsabilidades de cuidador e práticas de maternidade) e privacidade insuficiente.5)
As alterações emocionais são importantes e cabe à equipe avaliar e diagnosticar esses desequilíbrios, pois os mesmos podem causar impactos maiores tanto na recuperação, como na ligação afetiva da puérpera com o bebê e a família. Dessa forma, a identificação correta do diagnóstico e prescrição de intervenções eficazes contribuem de forma significativa para resultados satisfatórios.6
A promoção de um sono satisfatório durante este período de adaptações para mulher requer uma maior atenção por parte dos enfermeiros, visto que sua interrupção pode acarretar em alterações fisiológicas e complexas no corpo. Entre os fatores de relevância, pode-se ressaltar o fato de a puérpera necessitar interromper o sono para realizar os cuidados ao bebê.7,8,9)
Dessa forma, a equipe de enfermagem deve prestar uma assistência adequada à puérpera e avaliar os fatores relacionados e as características definidoras do diagnóstico Padrão de sono prejudicado, verificando as causas e as manifestações clínicas relativas à quantidade e qualidade do sono.
O objetivo principal desse estudo é identificar os fatores relacionados e as características definidoras do diagnóstico de enfermagem “padrão de sono prejudicado”, bem como suas associações, em puérperas cadastradas e acompanhadas em Unidades Básicas de Saúde.
Métodos
Trata-se de um estudo transversal, realizado em seis Unidades Básicas da Saúde (UBS’s). A população foi composta por puérperas cadastradas e acompanhadas nas referidas unidades.
A amostra foi de 30 puérperas cadastradas nas UBS selecionadas. Para a definição da amostra, foi feito um levantamento das puérperas cadastradas, com auxílio da enfermeira e dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS’s) das unidades. Os critérios de inclusão foram: idade igual ou maior a 18 anos, estar em qualquer fase do puerpério e ser acompanhada pela UBS. Adotou-se como critério de exclusão puérperas que não apresentaram condições clínicas e/ou emocionais satisfatórias para responder à entrevista.
O instrumento de coleta de dados foi composto por duas partes. A primeira abordou a caracterização sociodemográfica e clínica das puérperas, com as variáveis: idade, estado civil, escolaridade, antecedentes ginecológicos e obstétricos (número de gestações, via do nascimento e intercorrências na gestação) e a presença de comorbidades (hipertensão, diabetes, anemia). A segunda parte foi composta pelos fatores relacionados e características definidoras do diagnóstico em análise, que constam na NANDA Internacional 2012-2014 e foram identificados por meio das definições operacionais construídas para cada indicador clínico do estudo de Patriota.10 com vistas à identificação da presença ou ausência dos mesmos na amostra.
Os dados foram coletados no período de janeiro a abril de 2016, a partir de um roteiro estruturado, com as puérperas, nos dias em que elas compareceram às UBS’s para a consulta puerperal ou de puericultura. Para as puérperas impossibilitadas de comparecer às unidades, a coleta foi realizada por meio de visitas domiciliares junto com o ACS. A identificação dos fatores relacionados e das características definidoras foi realizada por meio de questões objetivas, no qual as participantes relataram se estava presente ou ausente, apoiada nas definições operacionais. A tabela com a indicação da presença ou ausência de cada fator relacionado e característica definidora foi submetida à apreciação de duas enfermeiras doutoras com experiência em diagnósticos de enfermagem, que realizaram a inferência diagnóstica de modo independente, visto que não existe um padrão ouro para a identificação do referido diagnóstico. O diagnóstico foi considerado presente quando ambas realizaram a identificação.
Os dados foram organizados e consolidados em uma planilha do software Microsoft Excel. Os dados de caracterização sociodemográfica e clínica das puérperas foram analisados de modo descritivo, com apresentação das frequências para as variáveis nominais e obtenção da média para as variáveis quantitativas. Para os indicadores clínicos do diagnóstico, foram calculadas as frequências e seus Intervalos de Confiança (IC), os quais foram apresentados em proporções de acordo com a frequência de ocorrência das mesmas. Foi aplicado o teste exato de Fisher e o teste qui quadrado para verificar a associação entre as variáveis das características definidoras e fatores relacionados com o diagnóstico em estudo.
A pesquisa seguiu os preceitos dispostos na Resolução Nº 466/2012 e teve a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Pernambuco, conforme CAAE: 44942315.7.0000.5208.
Resultados
Foram entrevistadas 30 puérperas, das quais 22 (73,30 %) estavam no puerpério tardio e 8 (26,60 %) no puerpério imediato. A idade das puérperas variou entre 18 a 49 anos e teve média de 25,6 anos, com porcentagem maior (53,30 %) na faixa de etária de 21 a 29 anos.
Quanto ao estado civil, 13 participantes (43,30 %) eram solteiras. Além disso, 15 (50 %) estavam desempregadas; 16 (53,20 %) tinham o ensino fundamental ou médio incompleto; 28 (93,30 %) não estudavam no momento e 20 (66,60 %) não tinham uma residência própria. Todas bebiam água tratada.
De todas as participantes, 12 (40 %) apresentavam renda familiar de um salário mínimo; 16 (53,30 %) realizaram de quatro a seis consultas de pré-natal; 26 (86,60 %) não foram consideradas gestantes de alto risco; 17 (56,60 %) tiveram cesárea; 10 (33,30 %) tinham o tipo sanguíneo O e 15 (50 %) tinha o fator Rh positivo. Ademais, 12 puérperas (40 %) fizeram uso de vitamina A após o parto e 28 (93,30 %) relataram que fizeram uso durante a gestação.
Destaca-se que 29 puérperas (96,60 %) não faziam uso de cigarro e 25 (83,30 %) não faziam uso de bebida alcoólica. A maior parte delas não teve nenhum problema clínico durante o período gestacional (66,60 %) e também 27 (90 %) não tiveram problema clinico antes e durante a gestação.
Entre os fatores relacionados do diagnóstico de enfermagem identificado, os que tiveram uma maior frequência foram: odores nocivos (73,30 %), seguido por responsabilidade do cuidado (70 %), como mostra a Tabela 1. Os fatores relacionados que constam na NANDA-I: transtornos mentais, valores culturais e falhas na função cognitiva não estiveram presentes nas puérperas.
Tabela 1 Fatores relacionados ao diagnóstico de enfermagem Padrão de sono prejudicado
Fatores relacionados | N | % | IC | |
---|---|---|---|---|
Odores nocivos | 22 | 73,30 | 0,575 | 0,891 |
Responsabilidades de cuidado | 21 | 70,00 | 0,536 | 0,864 |
Fadiga | 19 | 63,30 | 0,461 | 0,805 |
Amamentação exclusiva | 18 | 60,00 | 0,425 | 0,775 |
Iluminação | 17 | 56,60 | 0,389 | 0,743 |
Diminuição do bem-estar | 17 | 56,60 | 0,389 | 0,743 |
Ruído | 15 | 50,00 | 0,321 | 0,679 |
Temperatura/umidade do ambiente | 14 | 46,60 | 0,389 | 0,743 |
Interrupções | 13 | 43,30 | 0,256 | 0,610 |
Mudança na exposição à luz diurna/escuridão | 13 | 43,30 | 0,256 | 0,610 |
Dor | 13 | 43,30 | 0,256 | 0,610 |
Inexperiência | 10 | 33,30 | 0,164 | 0,502 |
Falta de privacidade/controle do sono | 8 | 26,60 | 0,108 | 0,424 |
Imobilização física | 7 | 23,30 | 0,082 | 0,384 |
Mobiliário estranho para dormir | 6 | 20,00 | 0,057 | 0,343 |
Padrão conflitante do sono materno infantil | 6 | 20,00 | 0,057 | 0,343 |
Preocupações excessivas | 5 | 16,60 | 0,033 | 0,299 |
Sono do parceiro | 4 | 13,30 | 0,011 | 0,255 |
Fatores socioeconômicos | 3 | 10,00 | -0,007 | 0,207 |
Processos familiares prejudicados | 1 | 3,30 | -0,031 | 0,097 |
Uso de cafeína | 1 | 3,30 | -0,031 | 0,097 |
Saúde e funcionamentos afetados | 1 | 3,30 | -0,031 | 0,097 |
Dentre as seis características definidoras do diagnóstico, as mais frequentes foram: mudança no padrão normal do sono (90 %) e insatisfação com o sono (80 %). A característica definidora capacidade funcional diminuída (43,30 %) foi a menos frequente, como mostra a Tabela 2.
Tabela 2 Características definidoras do diagnóstico de enfermagem padrão de sono prejudicado
Características definidoras | N | % | IC | |
---|---|---|---|---|
Mudança no padrão normal do sono | 27 | 90,00 | 0,793 | 1,007 |
Insatisfação com o sono | 24 | 80,00 | 0,657 | 0,943 |
Relatos verbais de não se sentir bem descansado | 23 | 76,60 | 0,614 | 0,918 |
Relatos de ficar acordado | 18 | 60,00 | 0,425 | 0,775 |
Relatos de dificuldade para dormir | 17 | 56,60 | 0,389 | 0,743 |
Capacidade funcional diminuída | 13 | 43,30 | 0,256 | 0,610 |
O diagnóstico de enfermagem Padrão de sono prejudicado foi identificado em 23 (76,66 %) puérperas. Por meio do teste exato de Fisher, foram verificados quais as características definidoras e os fatores relacionados que estariam associados ao diagnóstico. Dentre as seis características, cinco tiveram associação, como mostra a Tabela 3 e, dentre os 25 fatores relacionados, apenas o fator padrão conflitante do sono materno infantil mostrou associação estatísticas (p=0,010) com o diagnóstico em estudo (Tabela 4).
Tabela 3 Características definidoras associadas ao diagnóstico de enfermagem padrão de sono prejudicado em puérperas
Características definidoras | DE |
|
||
---|---|---|---|---|
- | Presente | Ausente | ||
Insatisfação com o sono | Presente | 21 | 3 | 0,016 |
Ausente | 2 | 4 | ||
Relatos verbais de não se sentir bem descansado | Presente | 23 | 4 | 0,009 |
Ausente | 0 | 3 | ||
Relatos de ficar acordado | Presente | 21 | 2 | 0,003 |
Ausente | 2 | 5 | ||
Relatos de dificuldade para dormir | Presente | 17 | 0 | 0,001 |
Ausente | 6 | 7 | ||
Capacidade funcional diminuída | Presente | 18 | 0 | 0,000 |
Ausente | 5 | 7 |
*Teste Exato de Fisher
Tabela 4 Fatores relacionados associados ao diagnóstico de enfermagem Padrão de sono prejudicado em puérperas
Fatores Relacionados | DE | |||
---|---|---|---|---|
- | Presente | Ausente | ||
Falta de privacidade | Presente | 8 | 0 | 0,143* |
Ausente | 15 | 7 | ||
Iluminação | Presente | 13 | 4 | 1,000* |
Ausente | 10 | 3 | ||
Imobilização física | Presente | 4 | 3 | 0,306* |
Ausente | 19 | 4 | ||
Interrupções | Presente | 9 | 4 | 0,666* |
Ausente | 14 | 3 | ||
Mobiliário estranho | Presente | 4 | 2 | 0,603* |
Ausente | 19 | 5 | ||
Mudança na exposição à luz diurna/escuridão | Presente | 10 | 3 | 1,000* |
Ausente | 13 | 4 | ||
Odores nocivos | Presente | 16 | 6 | 0,398** |
Ausente | 7 | 1 | ||
Responsabilidades de cuidado | Presente | 16 | 5 | 1,000* |
Ausente | 7 | 2 | ||
Ruído | Presente | 12 | 3 | 1,000* |
Ausente | 11 | 4 | ||
Sono do parceiro | Presente | 3 | 1 | 1,000* |
Ausente | 20 | 6 | ||
Temperatura/umidade do ambiente | Presente | 13 | 1 | 0,050** |
Ausente | 10 | 6 | ||
Processos familiares prejudicados | Presente | 1 | 0 | 1,000* |
Ausente | 22 | 7 | ||
Fatores socioeconômicos | Presente | 3 | 0 | 1,000* |
Ausente | 20 | 7 | ||
Inexperiência | Presente | 7 | 3 | 0,657* |
Ausente | 16 | 4 | ||
Amamentação exclusiva | Presente | 14 | 4 | 1,000* |
Ausente | 9 | 3 | ||
Padrão conflitante do sono materno infantil | Presente | 13 | 0 | 0,010* |
Ausente | 10 | 7 | ||
Dor | Presente | 6 | 0 | 0,290* |
Ausente | 17 | 7 | ||
Preocupações excessivas | Presente | 5 | 0 | 0,304* |
Ausente | 18 | 7 | ||
Uso de cafeína | Presente | 0 | 1 | 0,233* |
Ausente | 23 | 6 | ||
Saúde e funcionamento afetados | Presente | 1 | 0 | 1,000* |
Ausente | 22 | 7 | ||
Fadiga | Presente | 16 | 3 | 0,372* |
Ausente | 7 | 4 | ||
Diminuição do bem estar | Presente | 15 | 2 | 0,190* |
Ausente | 8 | 5 |
* Teste Exato de Fisher. ** Teste de qui-quadrado.
Discussão
As primeiras semanas após o parto é um período que requer muitos cuidados para uma recuperação efetiva, bem como dedicação à amamentação.8 A amamentação sob livre demanda exige disponibilidade em tempo integral com o bebê, pois o aleitamento materno deve ser uma prática indispensável para a melhoria da saúde e da qualidade de vida da mãe e do filho.11
Um desequilíbrio na qualidade do sono durante a noite pode afetar o estado emocional e físico da puérpera. Além disso, a responsabilidade do cuidado acaba contribuindo para que as mães durmam menos, principalmente no primeiro mês após a gestação. Essa perda do sono também pode estar relacionada a outros fatores, tais como: depressão materna, ansiedade e estresse.12
A dedicação das mães à amamentação deve-se ao fato de conhecerem os benefícios que o leito materno proporciona tanto para a mãe quanto para a criança. Alguns dos benefícios para as crianças são: proteção contra doenças que se desenvolvem durante os primeiros anos de vida e doenças crônicas não transmissíveis, que normalmente surgem já na vida adulta. Quanto aos benefícios para a puérpera, destacam-se: a proteção para possível desenvolvimento de câncer de mama e de ovário e o retorno mais rápido ao peso anterior a gestação.13
Quanto às características definidoras, dentre as cinco que apresentaram associação com o diagnóstico, identificou-se a insatisfação com o sono. Isso se deve ao fato delas não conseguirem, por algum motivo, seja internos ou externos, repor suas energias com uma boa qualidade do sono e, assim, manterem-se mais dispostas no dia seguinte. A diminuição do sono pode acarretar na alteração do humor e fadiga, ocasionando uma diminuição da funcionalidade diurna.14)
Independentemente de como seja a rotina da mulher, com a chegada do filho, ela tem que se ajustar aos compromissos que a maternidade exige. Além do mais, no início, a criança tem um ritmo circadiano totalmente diferente, que vai se ajustando na medida em que a criança for amadurecendo. É necessário que este processo seja explicado à mãe, de modo que ela tenha uma melhor compreensão do fato de que a mulher no período puerperal tem um sono mais perturbado, pois pode acordar várias noites para prestar os cuidados ao seu filho, sendo esses fatores contribuintes para uma maior sonolência durante o dia.15)
No pós-parto, é mais frequente que exista essa fragmentação do sono. Assim, deve-se haver a implementação de intervenções com vistas à qualidade de sono e, consequentemente, a preservação da capacidade funcional das mães.16
O sono é importante para a puérpera restaurar seu poder vital para conseguir cuidar da criança e dela mesma. Contudo, na população em estudo, destacam-se duas características definidoras associadas ao diagnóstico: os relatos verbais de não se sentir bem descansado e os relatos de ficar acordado. Isso pode ser devido aos despertares em razão de fatores externos, como por exemplo, o choro do bebê durante o sono materno.17
Os relatos de dificuldade para dormir são frequentes desde a gravidez, principalmente nos trimestres tardios, e se estende ao puerpério, fase essa em que a privação do sono é um diagnóstico de enfermagem prevalente. Isso se deve ao fato da vulnerabilidade da puérpera ser causada por vários fatores tais como: calor, sede, higiene inadequada, barulho, ansiedade, expectativas e a sobrecarga de atribuições no cuidado com o bebê, principalmente a necessidade de acordar várias vezes para cuidar da criança, conforme relatado por puérperas em algumas pesquisas.18,19
A capacidade funcional diminuída também foi uma característica definidora encontrada e pode estar associada às limitações ocasionadas no dia a dia da puérpera, interligadas às questões físicas e emocionais, bem como à falta de independência durante o período pós-parto, e o quanto essas limitações podem dificultar as suas tarefas regulares e diárias. Dessa forma, avaliar a capacidade funcional das puérperas é primordial, para um cuidado mais humanístico, tendo como objetivo resgatar a independência e o bem estar físico e emocional.20
Acrescenta-se que o estudo apontou que o único fator relacionado que mostrou significância estatística foi o “padrão conflitante do sono materno infantil”, o qual é caracterizada pelas interrupções tanto na qualidade quanto na quantidade de sono, que pode ser limitado pelo tempo ou por fatores externos.5
Durante a pesquisa, foi percebido que, apesar dessa fase, a maioria das puérperas mantinha a capacidade funcional preservada. Ou seja, embora houvesse a diminuição da quantidade e qualidade do sono, as puérperas exerciam suas atividades normalmente, prestando todos os cuidados ao filho e à família.
Em conclusão, foi possível identificar um fator relacionado e cinco características definidoras que apresentaram associação estatística significativa com o diagnóstico de enfermagem Padrão de sono prejudicado.
Esses achados possibilitam ao enfermeiro uma melhor identificação do diagnóstico em puérperas e, consequentemente, prestar uma assistência adequada e avaliar as causas e as manifestações clínicas relativas ao sono prejudicado, verificando pontos relevantes, na perspectiva de um cuidado integral e contribuição para uma melhor qualidade de vida do binômio mãe-bebê.
Na Atenção Básica, o enfermeiro deve estabelecer vínculo com a puérpera, por meio da escuta qualificada e do exame clínico, para o seu fortalecimento diante das mudanças vividas no ciclo gravídico puerperal, com o intuito de preparar a mãe para a readaptação fisiológica materna e relacionamento entre mãe e filho.
Houve dificuldade para a adesão de um número maior de puérperas no estudo, devido à demanda de cuidados com o bebê, que resultou num número pequeno da amostra, que pode ser apontado como uma limitação do estudo. Ressalta-se a importância de novos estudos sobre o padrão do sono nessa população, a fim de explanar os fenômenos presentes relativos à temática e, assim, buscar meios que contribuam para a prevenção e resolução do problema.