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Revista Cubana de Estomatología

Print version ISSN 0034-7507

Rev Cubana Estomatol vol.48 no.4 Ciudad de La Habana Oct.-Dec. 2011

 

ARTÍCULOS ORIGINALES

 

Avaliação do perfil de risco de cárie dentária em gestantes de Araraquara, Brasil

 

Evaluation of risk factors suffering dental caries in pregnants from Araraquara, Brazil

Evaluación de factores de riesgo de padecer caries dental en gestantes de Araraquara, Brasil

Tatiana Carolina De Aguiar,I Aylton Valsecki Junior,II Silvio Rocha Corrêa Da Silva,III Fernanda Lopez Rosell,III Elaine Pereira Da Silva TagliaferroIV

I Licenciada em Odontologia. Professora de Universidade Estadual Paulista Campus de Araraquara, Brasil.
II Licenciado em Odontologia. Professor Adjunto. Universidade Estadual Paulista Campus de Araraquara, Brasil.
III Doutor em Odontologia. Professor Assistente. Universidade Estadual Paulista Campus de Araraquara, Brasil.
IV Licenciado em Odontologia. Professor Substituto. Universidade Estadual Paulista Campus de Araraquara, Brasil.


RESUMO

O conhecimento do risco de cárie na gravidez é essencial para um correto plano de tratamento com ações educativas e preventivas às mães para que possam cuidar adequadamente de sua saúde bucal e de seus filhos. Este estudo retrospectivo teve como objetivo identificar o risco de cárie de gestantes (15-44 anos; média= 25 anos) que frequentaram a clínica de odontologia preventiva da Faculdade de Odontologia de Araraquara, Universidade Estadual Paulista de 1999 a 2007. Um total de 166 prontuários, preenchidos por alunos do 3º ano do Curso de Graduação, seguindo orientações pré-estabelecidas, foram utilizados. Coletou-se informação sobre: classificação do diagnóstico de risco de cárie, trimestre gestacional, consumo de carboidratos (entre ou durante as refeições), placa corada (registro de controle de placa de O'Leary), número e grupo de dentes com experiência de cárie. Para análise estatística foram utilizados o teste de qui-quadrado e ANOVA. A maioria das gestantes (92,1 %) apresentou 25 % ou mais das superfícies dentárias com placa dental. A média (desvio-padrão) de dentes obturados e cariados foi 7,9 (5,1) e 4,0 (3,4), respectiva emente. Os dentes posteriores foram os mais acometidos por cárie/restaurações. Quanto ao diagnóstico de risco à cárie, a classificação alta foi observada em 38,5 % das gestantes, moderada em 47,6 % e baixa em 13,9 %. Houve associação estatisticamente significativa (p= 0,001) entre o consumo de carboidratos e o diagnóstico de risco de cárie. O índice de placa foi semelhante nos diferentes trimestres gestacionais (f= 0,223; p= 0,803). Portanto pode-se concluir que o risco de cárie da grande maioria das gestantes foi alto ou moderado e esteve estatisticamente associado ao consumo de carboidratos.

Palavras chave: risco, cárie dentária, saúde bucal, gestantes.


ABSTRACT

The knowledge of risk of carried during pregnant is essential for an appropriate treatment using educational and preventives actions to mother for a good care of their oral health and that of children. The main objective of present retrospective study was to identify the risk of caries of pregnants (aged 15-44, mean= 25 years) came to clinic of Preventive Odontology of Araraquara-UNSEP from 1999 to 2007, using 166 medical records obtained by the third pregraduate year students, following the pre-established guidelines. The information collected includes: classification of caries risk diagnosis, pregnancy trimester, carbohydrates ingestion (between or during foods), dental plaques (O'Leary's plaque control registry) and the number of teeth with caries. The statistical analysis used the Chi2 and ANOVA tests. Most of patients showed a 25 % or more of teeth surfaces with dental plaques (92.1 %) and carbohydrates consumption among foods (89.2 %). The mean (SD) of carried and restores teeth was of 7.9 (5.1) and 4.0 (3.4), respectively and the posterior teeth were the more involved by caries/restorations. As regards the diagnosis of caries risk, classification of high risk was observed in the 38.5 % of pregnants, moderate in the 47.6 %) and low in the 13.9 %. There was a statistically significant association (p= 0.001) between the carbohydrates consumption and the diagnosis of caries risk. The plaque's rate was similar in the different trimesters of pregnancy (f= 0.223; p= 0.803). The caries risk of most pregnant women was high or moderate and it was associated with the consumption of carbohydrates.

Key words: caries risk, dental, pregnant.


RESUMEN

El conocimiento del riesgo de padecer de caries dental durante el periodo de embarazo es esencial para un correcto plan de tratamiento con las acciones educativas y preventivas necesarias para que las madres puedan cuidar adecuadamente de su salud bucal y la de sus hijos. Este estudio retrospectivo tuvo como objetivo identificar el riesgo de caries dental en las mujeres en periodo de gestación con edades comprendidas entre 15 y 44 años, con una media de 25 años, que acudieron a la clínica de odontología preventiva de la Facultad de Odontología de Araraquara, Universidad Estadual Paulista, del año 1999 al 2007. Se utilizaron 166 historias clínicas hechas por los estudiantes de tercer año de pregrado, según las directrices preestablecidas. La información recogida fue: clasificación del diagnóstico de riesgo de caries, trimestre de embarazo, la ingesta de hidratos de carbono entre o durante las comidas, placa dental (registro de control de placa de O'Leary) y el número de grupo de dientes con caries. El análisis estadístico utilizó el Chi cuadrado y ANOVA. La mayoría de los pacientes mostraron el 25 % o más de las superficies de los dientes con la placa dental con un valor de 92,1 % e hidratos de carbono consumidos entre comidas con un valor de 89,2 %. La media (desviación estándar) de los dientes cariados y restaurados fue de 7,9 (5,1) y 4,0 (3,4) respectivamente; los dientes posteriores se vieron más afectados por la caries o restauraciones. En cuanto al diagnóstico de riesgo de caries, la clasificación de alto riesgo se observó en 38,5 % de las mujeres embarazadas, moderado en 47,6 % y bajo en 13,9 %. Existió una asociación estadísticamente significativa (p= 0,001) entre el consumo de hidratos de carbono y el riesgo de caries. El índice de placa fue similar en los diferentes trimestres del embarazo (f= 0,223 y p= 0,803). El riesgo de padecer caries dental en la gran mayoría de las mujeres embarazadas fue alto o moderado y se asoció significativamente con el consumo de hidratos de carbono.

Palabras clave: riesgo de caries, dental, embarazada.


 

 

INTRODUÇÃO

É reconhecido que a cárie é uma doença multifatorial, transmissível, de natureza infectocontagiosa, onde o fator hospedeiro susceptível, microbiota, dieta e tempo estão inter-relacionados. Além disso, a existência de outros fatores como nível sócio-econômico, saúde geral e comportamento funciona como moduladores e influenciadores dos fatores primários.1

Durante a gestação, fase de grandes alterações biológicas e psico-sociais, a negligência em relação à higiene bucal pode aumentar o risco de desenvolvimento de patologias bucais como a cárie e doença periodontal.2 De fato, as gestantes estão mais predispostas a cárie dentária devido aos desejos (alimentos doces), aumento de acidez na boca pelo vômito, diminuição da produção de saliva e/ou aumento da acidez da saliva e atenção limitada a saúde oral.3 Portanto, sabendo do papel fundamental das mães em relação à dieta de seus filhos, determinando o padrão de consumo de açúcar, torna-se importante que a mãe receba orientações sobre higiene bucal e também orientações sobre consumo adequado de açúcar visando à promoção de saúde.4

A má condição bucal durante a gravidez aumenta o risco de bebês desenvolverem cárie precoce e o principal mecanismo pelo qual as crianças adquirem as bactérias cariogênicas é através da transmissão direta de saliva infectada como resultado de cáries não tratadas de mãe para filhos, além desta má condição também está fortemente associada com parto prematuro e nascimento de bebês de baixo peso.5 É também evidente que tratamento de cárie durante a gravidez pode reduzir significativamente o risco de crianças com desenvolvimento precoce da cárie dentária.6

Assim, o conhecimento do risco de cárie das gestantes é necessário para realização de um correto plano de tratamento e para instruções educativas e preventivas a essas futuras mães com o intuito de que possam cuidar adequadamente de sua saúde bucal, assim como a de seus filhos, uma vez que elas apresentam um importante papel na transmissibilidade da doença cárie. Contudo, a literatura relacionada à saúde bucal e risco de cárie em gestantes é bastante escassa. Dentro desse contexto, este estudo teve como objetivos avaliar a condição bucal, identificar o risco de cárie de gestantes e sua associação com variáveis não-clínicas, em pacientes que freqüentaram a clínica de odontologia preventiva da Faculdade de Odontologia de Araraquara, Universidade Estadual Paulista (UNESP) Campus de Araraquara, Brasil, de 1999 a 2007.

MÉTODOS

Aspectos Éticos

Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Odontologia de Araraquara UNESP, de acordo com a Resolução 196/96, sob o protocolo No. 37/07.


População do estudo e coleta de dados

Trata-se de estudo retrospectivo utilizando-se dados secundários. Realizou-se levantamento dos prontuários de gestantes que frequentaram a clínica de odontologia preventiva da Faculdade de Odontologia de Araraquara-UNESP no período de 1999 a 2007. Neste período, foram encontrados 230 prontuários, entretanto, apenas 166 estavam preenchidos com todas as informações necessárias para este estudo e foram incluídos no mesmo.

Como critério de inclusão adotou-se: mulheres grávidas do 1º ao 9º mês gestacional, com idade de 15 a 44 anos, sem comprometimento sistêmico. Os prontuários utilizados foram preenchidos por alunos do 3º ano do curso de graduação em Odontologia, seguindo orientações do professor responsável e de um manual de procedimentos clínicos utilizados na clínica de odontologia preventiva da Faculdade de Odontologia de Araraquara-UNESP preparado para obtenção do diagnóstico de risco de cárie segundo proposta de Krasse1 em 1988 modificado por Valsecki Jr. e Silva7 em 1997, que classifica os indivíduos em baixo, moderado e alto risco, conforme tabela 1.


Variáveis do estudo

Além da classificação do diagnóstico de risco de cárie, informações relativas à faixa etária, trimestre gestacional, consumo de carboidratos, placa corada, número e grupo de dentes com atividade presente e passada de cárie foram obtidas. Para categorização da faixa etária seguiu-se a recomendação idades índices da Organização Mundial da Saúde de modo que, os indivíduos foram agrupados em três categorias de 15 a 19 anos, 20 a 34 anos e 35 a 44 anos de idade. O padrão de consumo de carboidratos foi considerado nas categorias entre as refeições, durante as refeições. O índice de placa foi avaliado pela porcentagem de superfícies coradas segundo o registro de controle de placa de O´Leary.8 A experiência de cárie foi avaliada utilizando-se o índice CPO-D segundo recomendação de Klein e Palmer9 em 1940. Como grupo de dentes afetados considerou-se dentes anteriores, posteriores e anteriores e posteriores.


Análise dos dados

Realizou-se análise estatística descritiva. As associações de interesse foram estudadas utilizando-se o teste de qui-quadrado X². A comparação do índice de placa entre os trimestres de gestação foi realizada pela análise de variância após verificação e atendimento de seus pressupostos, e para tanto, os dados sofreram transformação em arco seno. Todos os testes estatísticos foram realizados utilizando o nível de significância de 5 %.

RESULTADOS

A média de idade das gestantes incluídas no estudo foi de 25,0 anos (desvio-padrão= 5,8 anos), sendo que 17,5 % apresentaram idade de 15 a 19 anos, 75,3 % de 20 a 34 anos e 7,2 % de 35 a 44 anos. Quanto ao trimestre gestacional 24,7 %, 48,8 % e 26,5 % das gestantes encontravam-se no primeiro, segundo e terceiro trimestre, respectivamente.

Nos prontuários, observou-se que no momento do exame clínico bucal, apenas 25 (15,1 %) gestantes não apresentaram lesões de cárie presente e apenas 1 (0,6 %) apresentava-se livre de cárie presente ou passada. A apuração do grupo de dentes afetados está na tabela 2. Pelo alto número de restaurações e lesões de cárie pode-se notar que os dentes posteriores foram os mais acometidos. A maioria das gestantes (92,1 %) apresentou 25,0 % ou mais das superfícies dentárias coradas e 72,5 % das gestantes 50,0 % ou mais de superfícies coradas. Na tabela 3 encontram-se as medidas de resumo da condição de saúde bucal das gestantes (número de dentes obturados e cariados).




Com relação ao consumo de carboidratos 89,2 % das gestantes afirmaram realizá-lo entre as refeições e 10,8 % durante as refeições. O diagnóstico de risco de cárie foi classificado como alto em 38,5 % das gestantes, moderado em 47,6 % e baixo em 13,9 %. A associação do diagnóstico de risco de cárie segundo as variáveis de interesse encontra-se na tabela 4. Houve associação estatisticamente significativa (p< 0,05) entre o consumo de carboidratos e o diagnóstico de risco de cárie; observou-se que as gestantes que relataram consumo entre as refeições apresentaram maior prevalência do diagnóstico de risco moderado e alto do que as demais e não significativo para trimestre gestacional e faixa etária. A gráfico apresenta o índice de placa por ponto e por intervalo de 95,0 % de confiança segundo trimestre gestacional. Nota-se semelhança no índice de placa nos diferentes trimestres gestacionais (f= 0,223; p= 0,803).


DISCUSSÃO

Este trabalho mostra sua importância frente a escassez de estudos sobre saúde bucal e identificação de risco de cárie em gestantes e diante das importantes alterações biológicas e psico-sociais ocorridas nesta fase. Outro aspecto a ser considerado é que as gestantes apresentam um importante papel na transmissibilidade da doença cárie principalmente para seus filhos.10 Assim, o conhecimento do risco de cárie das gestantes é necessário para realização de um correto plano de tratamento e para instruções educativas e preventivas a essas futuras mães com o intuito de que possam cuidar adequadamente de sua saúde bucal, assim como a de seus filhos.11 Entretanto vale destacar que, apesar de se tratar de um estudo com delineamento amostral por conveniência, entende-se que o mesmo é importante para maior conhecimento das condições de saúde bucal de gestantes que buscam tratamento odontológico neste serviço com vistas a realizar um melhor planejamento das ações visando maior qualidade de vida para esta população.

Neste estudo a idade média das gestantes foi de 25 anos, sendo que a maioria (75,3 %) encontrava-se na faixa etária de 20 a 34 anos. Grande parte das gestantes (48,8 %) procurou o atendimento odontológico no segundo trimestre da gestação. Pesquisadores têm relatado ser este período o mais propício para tratamento, pois geralmente, não há mais enjôos e vômitos comuns no primeiro trimestre.3,12 Além disso, durante este período, radiografias de diagnóstico, tratamentos periodontais, restaurações e extrações são seguras,13 sendo o atendimento odontológico seguro e eficaz.14

A avaliação de cárie dentária demonstrou que somente 0,6 % das gestantes examinadas não apresentavam experiência da doença. Em estudo de Jeremias e outros15 em 2010, também conduzido em Araraquara, todas as gestantes apresentavam alguma experiência passada ou presente de cárie (CPOD> 0), indicando que a doença acomete praticamente 100 % deste grupo de mulheres. Os resultados deste estudo também mostraram que as gestantes apresentaram em média 7,9 dentes obturados e 4,0 dentes cariados (tabela 3), resultado semelhante ao encontrado por Scavuzzi e outros12 em 1999, que detectaram em média 4,0 dentes cariados nas gestantes pesquisadas. Em estudo realizado por Ruiz León e outros16 em 2002, a média de dentes obturados foi de 4,3 e de dentes cariados 7,1 indicando uma maior necessidade de tratamento para o grupo de gestantes examinadas, comparado com o do presente estudo.

Em relação ao grupo de dentes estudados, os dentes posteriores apresentavam maior número de restaurações e lesões de cárie o que se deve provavelmente ao fato destes possuírem áreas de susceptibilidade como as cicatrículas e fissuras, onde ocorre dificuldade de autolimpeza e efetivo acesso com as cerdas da escova para higiene bucal, constituindo-se assim nichos para a instalação do biofilme dental. De fato, a concentração de lesões de cárie em superfícies oclusais tem sido relatada na literatura odontológica.17 Portanto, as gestantes devem ser orientadas que nessas regiões a higienização deve ser mais cuidadosa.

O alto índice de placa observado nas voluntárias onde 72,5 % delas apresentava porcentagem maior ou igual a 50,0 % das superfícies dentárias com placa corada, também já foi descrito previamente, conforme achados de Rosell2 em 2001. Além disso, verificou-se que 89,2 % das gestantes afirmaram consumir carboidratos entre as refeições, concordando com os achados de Rosell2 em 2001, que encontrou alto percentual de 79,2 % e Melo e outros18 em 2007, que também observaram alto consumo de carboidratos em cerca de 53,0 % das gestantes. Nascimento e Lopes19 em 1996 alertam ainda que durante a gravidez as gestantes se alimentem mais vezes e há um grande descontrole da dieta onde se observa uma alta freqüência de ingestão de sacarose o que pode acarretar em aumento da susceptibilidade à cárie dentária. A alimentação rica em sacarose e a higiene bucal deficiente podem ser responsáveis pelo aparecimento de problemas bucais nas gestantes.20

Neste estudo também foi demonstrado haver associação significativa entre consumo de carboidrato e diagnóstico de risco de cárie. As gestantes que relataram consumo entre as refeições apresentaram maior prevalência de diagnóstico de risco moderado e alto do que as demais (tabela 4), resultados semelhante aos observados no estudo de Melo e outros18 em 2007, porém distintos aos verificados por Stamford e outros21 em 2000, que ao estudar 40 gestantes, não observaram diferença estatisticamente significativa com relação ao tipo de dieta e o diagnóstico de risco de cárie.

Sabendo-se do papel fundamental das mães em relação à dieta e higiene de seus filhos, e também considerando a possível responsabilidade da gestante pelo estabelecimento do paladar do bebê que se forma durante o terceiro mês de gestação, é de suma importância que esta receba orientações sobre higiene bucal e consumo racional de açúcar visando à promoção de saúde.4 Considerando que a gravidez é uma fase ideal para o estabelecimento de bons hábitos,20 quanto mais positiva for a atitude da mãe com relação a sua própria saúde bucal, mais isso refletirá na boca de seus filhos que terão melhor higiene bucal e conseqüentemente menor incidência das doenças bucais.11

A educação em saúde representa um dos principais elementos para a promoção da saúde e uma forma de cuidar que leva ao desenvolvimento de uma consciência crítica e reflexiva e para a emancipação dos sujeitos ao possibilitar a produção de um saber que contribui para que as pessoas possam cuidar melhor de si e de seus familiares.22 A educação continuada e uma melhor integração entre serviços médicos e odontológicos seriam estratégias efetivas para melhorar o cuidado com a saúde bucal em grávidas. Este estudo mostrou que o risco de cárie da grande maioria das gestantes foi alto ou moderado e esteve estatisticamente associado ao consumo de carboidratos.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Recibido: 19 de agosto de 2011.
Aprobado: 4 de septiembre de 2011.

Dra. Tatiana Carolina De Aguiar. Universidade Estadual Paulista Campus de Araraquara, Brasil. Correo electrónico: flrosell@foar.unesp.br

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