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Revista Universidad y Sociedad

versión On-line ISSN 2218-3620

Universidad y Sociedad vol.13 no.5 Cienfuegos sept.-oct. 2021  Epub 02-Oct-2021

 

Artículo Original

Vinculação da pedagogia com família e vida

Linking pedagogy with family and life

Eudaldo Enrique Espinoza Freire1  * 
http://orcid.org/0000-0002-0537-4760

Ginesa Ana López Crespo2 
http://orcid.org/0000-0002-9928-7317

Jacqueline Murillo Garnica3 
http://orcid.org/0000-0003-3612-5131

1 Universidad Técnica de Machala. Ecuador

2 Universidad de Zaragoza. España

3 Instituto Superior de Formación Docente Salomé Ureña. República Dominicana

RESUMO

A pedagogia como ciência é mediada pelo espaço-tempo da sociedade, condição que marca sua evolução em resposta às necessidades educacionais e sociais de cada época, consequentemente, hoje há uma tendência de vinculá-la à vida e à família. Este ensaio faz parte de um estudo descritivo de abordagem qualitativa com forte orientação hermenêutica, sistematizada por meio dos métodos de análise de conteúdo, hermenêutica e revisão documental. Entre os principais achados estão as características da Pedagogia para a Vida, incluindo o aluno como centro do processo ensino-aprendizagem, amor pelo aluno, educação inclusiva, respeito e aceitação da diversidade e ensino vinculado à e para a vida. Esta pedagogia tem como foco a educação humanística que busca ensinar para a vida, voltada para o desenvolvimento integral do ser humano para valorizar as capacidades pessoais e atingir a sua plenitude.

Palavras chave: Pedagogia; educação para a vida; família, formação integral

ABSTRACT

Pedagogy as a science is mediated by the space-time of society, a condition that marks its evolution in response to the educational and social needs of each era, consequently, today there is a tendency to link it with life and family. This essay is part of a descriptive study with a qualitative approach with a marked hermeneutical orientation, systematized through the methods of content analysis, hermeneutics and documentary review. Among the main findings are the characteristics of Pedagogy for Life, including the student as the center of the teaching-learning process, love for the student, inclusive education, respect and acceptance of diversity and linked teaching with and for life. This pedagogy focuses on humanistic education that seeks to teach for life, aimed at the integral development of the human being to enhance personal capacities and reach their fullness.

Keywords: Pedagogy; education for life; family; comprehensive training

Introducçao

A Pedagogia está intimamente ligada aos contextos sociais e culturais que caracterizam cada momento histórico e que regulam a prática educativa, o que significa que a Pedagogia é uma entidade dinâmica que evolui dando lugar a novas concepções e abordagens para responder às exigências socioculturais de cada época.

É por isso que a educação actualmente se concentra na transformação das relações sociais como forma de alcançar uma sociedade mais justa e equitativa como uma contribuição para a qualidade de vida superior de todos os cidadãos (Allen & Crosbie-Burnett, 1992). Esta mudança só será possível com a educação da população e principalmente das gerações mais novas, visando a formação integral da pessoa, onde o desenvolvimento de aptidões e competências de pensamento crítico para uma aprendizagem autónoma, bem como a promoção dos valores humanos são o objectivo da primeira ordem.

Essas transformações sociais constituem um desafio aos processos educacionais actuais que devem responder às características socioculturais da época, a saber (Enríquez Islas, 2014):

  1. A globalização e seus efeitos vistam como um fenómeno que valoriza a vida social, a comunicação universal como meio de promoção da paz, da solidariedade, da cooperação e do entendimento; mas, sem esquecer os efeitos negativos que pode gerar quando utilizada como meio de confronto económico, social e político onde o ser humano é utilizado como recurso ou capital de investimento.

  2. Desenvolvimento tecnológico. As tecnologias de informação e comunicação (TIC) possibilitam a reestruturação organizacional e um maior fluxo de informações que podem ser utilizadas para solucionar problemas sociais, culturais, económicos e políticos.

  3. Individualismo, cepticismo e superficialidade que induzem à ausência de compromissos pessoais e colectivos; características associadas ao desenvolvimento tecnológico.

  4. A educação como instrumento de mudança e a necessidade de reestruturação dos sistemas educacionais, de adequação da formação docente, de oferta de novos enfoques e conteúdos.

Por outro lado, o constante avanço da ciência e tecnologia sugere uma pedagogia ligada à vida e para a vida, caracterizada pela aprendizagem ao longo da vida como meio de actualização e aquisição constante de conhecimentos que permite ao ser humano viver plenamente no contexto social envolvente. Esta aprendizagem ao longo da vida visa formar cidadãos para que possam enfrentar os desafios da actual sociedade do conhecimento e contribuir para a construção de uma sociedade próspera, inclusiva, tolerante e democrática (Belando-Montoro, 2017).

Mas essas aspirações da pedagogia actual são realizadas na sala de aula através da aplicação consistente de métodos, procedimentos e técnicos inovadores; mas, sobretudo, vinculando a educação à família e à vida; requisitos que nem sempre correspondem às necessidades e demandas sociais; É frequente apreciar na prática escolar como alguns professores se apegam à Pedagogia Tradicional, que fundamenta o processo ensino-aprendizagem nas metodologias reprodutiva e da memória, ignorando o novo sentido da Pedagogia que redimensiona seus significados e contextos de acção (Herrera, 2021).

O objectivo deste ensaio é analisar a relação da Pedagogia com a família e com a vida; Para isso, é realizada a contextualização da pedagogia, o que nos permite saber como ela evoluiu e quais foram as suas principais mudanças; É abordada a vinculação entre ensino e vida, ressaltando a importância da vinculação da família no processo de ensino e aprendizagem do aluno.

Metodologia

A pesquisa faz parte de um estudo descritivo com abordagem qualitativa com forte orientação hermenêutica, fundamentada nos métodos de análise de conteúdo, hermenêutica e revisão documental. O estudo centrou-se em três aspectos fundamentais: pedagogia, educação para a vida e relação família-escola; correspondentemente, a lógica investigativa foi direccionada para a colecta de informações sobre os seguintes aspectos:

  • Noção de Pedagogia.

  • Evolução do conceito de Pedagogia.

  • Biopedagogia ou Pedagogia para a vida

  • Vincular a pedagogia à vida.

  • Ligar a escola à família.

Para a construção do discurso escrito, foram consideradas ideias, conceitos e categorizações que foram analisadas, reinterpretadas e contextualizadas, dando-lhes significados no meio social actual.

Desenvolvimento

Antes de entrar no vínculo da Pedagogia com a família e a vida, é necessário abordar o que se entende por pedagogia, a fim de compreender essas relações a partir de seu saber. O termo Pedagogia deriva das palavras gregas "paidon" que significa criança e "gogos" que significa "conduzir", esta palavra refere-se ao escravo denominado "paidagogós" encarregado de conduzir o filho do mestre à escola.

A pedagogia nasceu diante da necessidade do ser humano transmitir aos outros os conhecimentos adquiridos com a prática, surgindo assim metodologias que permitem a sistematização do processo educativo. É considerada uma ciência complexa que estuda tudo o que diz respeito à educação, por meio dela se baseia o estudo analítico dos processos e estratégias de ensino para potencializar a aprendizagem individual. É também considerada uma disciplina encarregada do estudo dos métodos, procedimentos e técnicas utilizadas no ensino.

Nesse sentido, Tirri (2011), afirma que a Pedagogia não é apenas uma disciplina que lida com o homem, é mais do que isso, é um saber social que se relaciona com outras ciências para retrabalhar e reconstruir o saber originado pela instrução que um sujeito recebe, processo mediado pelo contexto histórico e sociocultural em que se insere. Desse modo, a Pedagogia é entendida como a transmissão da verdade, que vai além da transferência de conhecimento, trata-se de mudar o comportamento das pessoas.

Assim, a Pedagogia se destina à formação integral do indivíduo como ser humano e sujeito social, para o qual necessita uma visão interdisciplinar dos fenómenos desde uma perspectiva cultural, económica e social do entorno local, nacional ou regional.

Deste ponto de vista, a formação integral é um processo que responde às demandas sociais e culturais de um determinado momento histórico, para o qual a Pedagogia deve ser vista como uma disciplina em constante transformação que tem evoluído ao longo da história do homem, surgindo assim novas abordagens. E concepções. É por isso que a noção de pedagogia está intimamente ligada ao contexto social, cultural e educacional prevalecente em cada momento histórico da vida do homem.

O ser humano ao longo de sua história evoluiu na busca por uma melhor qualidade de vida, o que motivou seu desenvolvimento psicossocial, científico e cultural (Maturana, 2002) e com essa evolução também se transformaram os processos educacionais. Nesse sentido, a Pedagogia passou de uma forma tradicional e intuitiva para ser considerada uma ciência baseada em teorias, leis e princípios que direccionam suas diferentes dimensões e processos.

A pedagogia está em correspondência com o espaço-tempo da sociedade, levando em consideração seus valores e princípios; É sobretudo uma reflexão teórica que não só se conforma com a análise do currículo, a transmissão de conhecimentos e o desenvolvimento de competências e atitudes, mas também atinge o como e por que implementar o fato educativo e suas condições (Villareal Montoya, 2011).

A pedagogia actual busca novas formas de contribuir para o desenvolvimento cognitivo, procedimental e aptitudinal das pessoas; Assim, encontramos na Pedagogia a didáctica por meio da qual o processo educativo realizado na escola se relaciona com a vida. Nesse sentido, Allen e Crosbie-Burnett (1992), afirmam que a Pedagogia está associada à transformação das relações sociais e práticas culturais que têm gerado diferentes tipos e estilos de vida.

Seguindo essa mesma linha de análise, Guamán, et al. (2019), considera que hoje a Pedagogia busca promover a aprendizagem por meio das novas tecnologias, tornando-se uma ferramenta fundamental na evolução da educação. A implementação de tecnologias no processo educacional tem promovido novas dimensões da aprendizagem.

O desenvolvimento da Pedagogia permitiu a sua especialização e com ela o surgimento de vários ramos, incluindo o infantil, o conceptual, a psicopedagogia, o descritivo, o social e a biopedagogia. Esta última, também denominada Pedagogia para a Vida, é um sistema que envolve os conhecimentos, habilidades e atitudes de professores e alunos (Maturana, 2002).

A Biopedagogia visa a educação para o Bem Viver; e um processo que envolve o cotidiano do sujeito e o concebe na interacção dialéctica com o meio ambiente, a transformação do ser humano ocorre nesta relação também mutante, existindo uma influência mútua (Villareal-Montoya, 2011).

Esta abordagem da Pedagogia vai além do planeamento curricular e da necessidade de conhecimento, ela busca dar ao processo educacional um carácter humanístico por meio do qual o aluno desenvolve o pensamento crítico e se prepara para construir um mundo cada vez melhor (Mora-Guillén & Villegas-Arrieta, 2019).

A estreita relação da Pedagogia com os processos formativos e a vida do aprendiz e, por outro lado, o carácter humanístico dos atuais processos educativos fundamenta o vínculo entre o ensino e a vida, aspecto que merece ser analisado.

Como já foi dito anteriormente, a educação actual tem uma forte tendência pedagógica humanística, a tal ponto que desde o início do século XXI o debate entre as duas directrizes fundamentais da pedagogia, a pedagogia do conhecimento e a pedagogia do ser ou educação para a vida ocupa um lugar de primeira ordem (Li & Fleer, 2015).

A pedagogia do conhecimento advém da educação tradicional ou cognitivista, cujo objectivo é a transmissão e acumulação de conhecimentos, visa o "desempenho académico" através das notas obtidas nos exames. Caracteriza-se por ser informativo, dogmático, memorístico, passivo e reprodutivo; centrado na figura autoritária do professor que é a fonte do conhecimento e o principal actor no processo de ensino-aprendizagem (Li & Fleer, 2015).

Essa forma de ensino torna o aluno em receptor passivo de informações, aniquilando todas as tentativas de criatividade e causando sentimentos de frustração e baixa auto-estima (Lema-Ruíz, et al., 2018). O professor transmite o conhecimento como fato acabado, é quem determina o que o aluno deve entender e acreditar, estabelece o que é verdadeiro e o que é falso e indica de forma absoluta o caminho a percorrer para chegar ao conhecimento, passando pela autonomia do aprendiz e produção criativa de recursos (Burchinal, et al., 2002).

A Pedagogia do ser ou educação para a vida, rompe com os cânones tradicionalistas da educação, está voltada para a educação humanística que busca ensinar para a vida por meio de suas duas modalidades, individual e social, mas sempre visando ao desenvolvimento integral do ser humano para valorização pessoal capacidades e alcançar a plenitude do indivíduo (Li & Fleer, 2015).

Esta Pedagogia tem como princípios a concepção do aluno como centro do processo ensino-aprendizagem, amor pelo aluno, educação inclusiva, respeito e aceitação da diversidade e do ensino vinculado à e para a vida, por meio da concretização dos saberes conquistados na escola na vida e de levar o conhecimento da vida para a escola.

Nessa ordem de ideias, Martuana (2002), enfatiza que a Pedagogia da educação para a vida está baseada no desempenho das actividades cotidianas e nas relações cotidianas do educando, contribuindo para sua auto-estima, auto-regulação, sensibilidade, compromisso social e desenvolvimento de habilidades de comunicação. Esta Pedagogia visa o trabalho cooperativo e a mudança da mentalidade social, de forma a alcançar sólidos conhecimentos, habilidades e atitudes que favoreçam a vida no meio sociocultural em que se insere.

Desse modo, o ensino para a vida busca a autonomia do educando, a criatividade para resolver e enfrentar não só os problemas académicos, mas também os da vida cotidiana e desenvolver valores humanos como a solidariedade, a responsabilidade, a colaboração e o respeito pela diferença.

Seguindo essa ordem de ideias, Villareal-Montoya (2011), considera que educar para a vida significa “educar para a incerteza e não para a certeza, para perguntar, questionar e não dar respostas, localizar, intuir e buscar soluções criativas para os problemas e conflitos e não memorizar e dar explicações ”(p. 6).

Essa concepção do processo educacional ilustra com precisão o significado da educação para a vida; Deste ponto de vista, o processo educacional centra-se na criatividade, investigação e desacordo com o conhecimento como um fato consumado; O importante é o desenvolvimento de competências de independência cognitiva, habilidades de pensamento crítico e as habilidades necessárias para buscar informações para resolver problemas, deixando para trás os métodos tradicionais focados na memorização e repetição do conhecimento. Neste contexto, torna-se particularmente importante a implementação da tecnologia educacional e em particular (TIC) como ferramenta virtual para garantir a aprendizagem dos alunos (Espinoza & Ricaldi, 2018) e prepará-los para que possam utilizar essas tecnologias na resolução de problemas, culturais e económicos que enfrentarão em sua vida adulta como um membro activo da sociedade.

Do que foi analisado até o momento, entende-se que a educação para a vida busca modificar qualitativamente o comportamento do aluno, estimular a aprendizagem autónoma e abordar a solução de problemas sob diferentes perspectivas de análise. Isso, na opinião de Villareal-Montoya (2011), requer uma mudança de mentalidade do aprendiz, que deve conformar modelos mentais flexíveis, que lhe permitam seleccionar novos caminhos e alternativas criativas que abandonem posições repetitivas e revisionistas de acções já comprovadas sem resultados para enfrentar os problemas.

Por outro lado, o educador também deve ter uma mente flexível que lhe permita utilizar novos métodos de ensino, criar os espaços de aprendizagem necessários e se tornar um guia e facilitador do processo de aprendizagem para que o aluno se desenvolva cognitivamente, procedimentalmente e aptitudinalmente com o aluno Uso e aprimoramento de seus próprios recursos intelectuais.

A forma como a aprendizagem para a vida é apreciada responde a uma abordagem pedagógica construtivista, uma vez que parte do fato de que o aluno é o centro e principal actor do processo ensino-aprendizagem. Além disso, apoia-se nas características psicológicas do sujeito e sua interacção com o objecto de estudo (Goodman & Hooks, 2016) e na teoria da aprendizagem significativa, onde a aquisição de conhecimento é considerada um processo de relação entre conhecimentos prévios e novo que provoca a reorganização do escrutínio cognitivo do aprendiz (Domínguez, 2010).

Da mesma forma, a abordagem sociocultural da aprendizagem está presente por meio de mediações interactivas e colaborativas entre pares, em seu esforço para alcançar novos conhecimentos; Esse processo é concebido como uma actividade colectiva de natureza social. Nessa perspectiva, a actividade é considerada a base para a formação da personalidade, uma vez que a relação do sujeito com o mundo se dá por meio da actividade, em inter-relação com os outros (Vygotsky, 1995).

Em síntese, a Pedagogia do Ser busca que o aprendiz construa sua própria aprendizagem de forma significativa ao longo de sua vida, a partir dos conhecimentos prévios gerados pela experiência e pelas relações que estabelece com o objecto de estudo e com os demais nesse processo.

Segundo Belando-Montoro (2017), “aprender ao longo da vida é uma forma global de compreender a aprendizagem, princípio no qual se baseia a organização de uma estrutura e conteúdos de aprendizagem e é um projecto que inclui todas as possibilidades formativas em qualquer campo do conhecimento e em qualquer momento da vida de uma pessoa”. (p. 232)

Esta definição deixa estabelecido de forma precisa que a aprendizagem és um processo que atinge a todas as pessoas, sobre qualquer esfera do conhecimento e em qualquer tempo da vida, lo que és singular durante a etapa de formação escolar do individuo, al implicar a responsabilidade da família.

Por outro lado, esta aprendizagem deve ser caracterizada pelo papel activo do aprendiz mediada pelo exercício reflexivo e assimilador, pela capacidade de independência cognitiva que permite a auto-aprendizagem, a relação entre aprendizagem formal e informal, motivação para a realização pessoal e social, que tem que dar sentido ao aprender a viver para alcançar a satisfação de uma vida com qualidade.

Então, se é Pedagogia para a Vida, é impossível ignorar, na infância, adolescência e juventude, o papel da família e seus vínculos com a escola; aspecto ao qual a seção seguinte é dedicada.

A família é o primeiro lugar onde a criança, desde os primeiros dias de vida, recebe as influências educativas do meio; É lá que o bebé aprende a falar, andar, se vestir, se arrumar, respeitar os mais velhos e as regras de conduta; É no seio do lar que o bebé entra em contacto com os valores éticos, culturais e espirituais que prevalecem na família e na sociedade, por fazer parte dela, processo no qual o bebé se forma e no qual posteriormente a escola se aprofunda.

Sabe-se que a escola é a instituição responsável pela formação das futuras gerações de cidadãos. Segundo Mora-Guillen & Villegas-Arrieta (2019), é a escola a responsável por uma educação integral para a vida, a partir do desenvolvimento de competências do século XXI, como “aprender a aprender, criar, empreender, tomar iniciativa pensar criticamente, liderar processos e trabalhar em equipe, com impacto nos processos de aprendizagem cognitiva e socioafetiva, e nos valores e atitudes democráticas e na convivência pacífica”. (p. 45)

Então, essa “nova” escola deve ser concebida como um agente de transformação social que deve começar pelo abandono dos modelos e abordagens tradicionais de aprendizagem, centradas no professor e na transmissão mecanicista do conhecimento a um destinatário passivo, para adoptar novos métodos de ensino e aprendizagem, activa, colaborativa e participativa onde o aluno é o construtor do seu próprio conhecimento (Tirri, 2011). Mas, nessa empreitada, a escola não pode ficar sozinha, ela deve andar de mãos dadas com a família, para continuar desenvolvendo a identidade da criança.

Segundo Cabrera-Muñoz (2009), as crianças devem aprender o básico em casa, então a escola com o apoio dos pais aperfeiçoa e reforça esses conhecimentos, habilidades e valores sobre os quais novos conhecimentos, habilidades e habilidades são sistematicamente construídos aspectos úteis para a vida, que servirão para a sua plena inserção na sociedade.

Essa ideia é magistralmente resumida por Domínguez (2010), que afirma “a educação é um processo muito longo que começa a ser ensinado pela família e depois pela escola, e é necessário de ambas as partes para alcançar o pleno desenvolvimento educacional e pessoal da criança”. (p. 1)

Nesse sentido, é importante que não haja ruptura abrupta ou desequilíbrio entre o trabalho educativo realizado pelos pais e demais membros da família com os quais é recebido na escola, caso contrário, há instabilidade no comportamento do escolar, que não consegue estabelecer claramente o que é correto e o que é incorrecto. Sobre o assunto, Cabrera-Muñoz (2009), considera que, entre a escola e a família, deve haver uma comunicação estreita não só para atingir todos os objectivos traçados a curto e médio prazo, como os da turma e os da o ano lectivo, mas também, para conseguir a formação integral da escola.

A relação família-escola garante aos pais o conhecimento das conquistas e dificuldades que os seus filhos apresentam no processo formativo, mas mais do que isso, permite desenhar e implementar estratégias em conjunto com a escola para alcançar o crescimento em autonomia. E plena maturidade em seus filhos (Domínguez 2010). É fato comprovado por meio de múltiplas investigações que quando a família participa activamente do processo de ensino de seus filhos, melhora seu comportamento e atitude em relação à aprendizagem e à escola e, consequentemente, melhores resultados são obtidos (Palomeque-García, et al., 2018).

Critério compartilhado por Cabrera-Muñoz (2009), que considera que a família e a escola compartilham responsabilidades na educação de crianças, adolescentes e jovens; Este vínculo contribui para a criação de um ambiente favorável ao desenvolvimento da criatividade e das competências cognitivas, pessoais e sociais, necessárias à resolução dos problemas que irão enfrentar ao longo da vida.

Porém, uma das realidades que os professores enfrentam é o envolvimento limitado das famílias com as instituições de ensino, em grande parte devido à visão tradicional e estigmatizada do professor sobre a família e a posição de uma suposta superioridade do conhecimento científico que a escola possui sobre o processo de aprendizagem (Poma & Granda, 2020); Hoje a realidade é diferente, as duas instituições mudaram ao longo do tempo, por isso é necessário estabelecer relações democráticas com responsabilidades iguais voltadas para a formação da criança.

Daí o desafio para os professores de motivar e interessar os pais para sua incorporação activa no processo educacional de seus filhos; para isso, devem ser criativos e buscar caminhos estratégicos que contribuam para vincular a família à escola.

Sem dúvida, professores treinados são necessários para educar não apenas as novas gerações; Seu compromisso social tem um alcance maior que envolve as mais diversas esferas sociais, incluindo e significativamente a família dos alunos (Palomeque-García, et al., 2018).

É importante que o profissional da educação tenha valores éticos, seja empático e possua habilidades de comunicação que permitam o estabelecimento de relações adequadas e harmoniosas com os familiares dos alunos. Não se trata apenas de professores com sólidos conhecimentos teóricos e metodológicos sobre a disciplina que ministram, os professores são necessários como agentes de transformação social, o que implica a sua formação sistemática, pois cabe ao educador contribuir com o seu trabalho para uma sociedade melhor.

A questão, então, é como o professor pode estabelecer o vínculo entre a família e a escola? De acordo com Razeto (2018); e LaRocque, et al. (2011), são múltiplas as formas que facilitam o vínculo dos pais com a escola, a saber:

  • Trabalho voluntário na escola.

  • Ajude as crianças com os deveres de casa.

  • Criar as condições necessárias para a realização do dever de casa em casa.

  • Controlar os horários e o cumprimento das actividades escolares das crianças.

  • Participar de actividades convocadas pela escola.

  • Visite as salas de aula das crianças.

  • Compartilhe experiências com os alunos por meio de palestras.

  • Assuma responsabilidades e posições de liderança na escola.

  • Participar do processo de tomada de decisão.

  • Workshops para pais.

  • Visitas domiciliares.

  • Comité de país.

Estas acções em prol de um vínculo efectivo entre a família e a escola contribuem para a criação de um ambiente harmonioso, respeitoso e colaborativo entre essas duas instituições, em função das necessidades do aluno, o que favorece significativamente sua motivação escolar, comportamento escolar e académico, desempenho entre outros benefícios.

Conclusões

A pedagogia nasce da necessidade do ser humano transmitir aos outros os conhecimentos adquiridos; É uma ciência complexa que estuda as estratégias e processos de ensino e aprendizagem do indivíduo.

Esta ciência corresponde ao espaço-tempo da sociedade, condição que marca a sua evolução em resposta às necessidades educacionais e sociais de cada época. Essa evolução facilitou sua especialização em vários ramos: infantil, conceitual, psicopedagogia, descritiva, social e biopedagogia, entre outros.

A biopedagogia vai além do planeamento curricular e da necessidade de conhecimento, imprime um carácter humanístico ao processo educacional pelo qual o aluno se prepara para a vida.

Existem duas tendências principais na Pedagogia, a Pedagogia do conhecimento e a Pedagogia do ser ou educação para a vida. O primeiro advém da educação tradicional ou cognitivista que visa a transmissão e acumulação de conhecimentos, com foco no desempenho académico; caracterizado por ser informativo, dogmático, memorístico, passivo e reprodutivo; voltada para a figura autoritária do professor, enquanto a educação para a vida centra-se na educação humanística que busca ensinar para a vida, voltada para o desenvolvimento integral do ser humano para valorizar as capacidades pessoais e atingir sua plenitude; Caracteriza-se por ter o aluno como centro do processo ensino-aprendizagem, amor pelo aluno, educação inclusiva, respeito e aceitação da diversidade e ensino vinculado à e para a vida.

Os laços familiares com a escola são essenciais para a formação integral das novas gerações, quando esta relação é positiva melhoram-se os comportamentos e as atitudes perante a aprendizagem e a escola e se obtêm melhores resultados.

O professor deve estar em constante preparação para enfrentar os desafios da educação.

O vínculo entre a escola e a família pode ser alcançado através do voluntariado dos pais na escola, auxiliando os filhos nos trabalhos de casa, criando as condições necessárias para a realização dos trabalhos de casa, controlo dos horários e cumprimento das actividades escolares dos filhos, o comparecimento às actividades convocadas pela escola, as visitas às salas das crianças, as conversas com os alunos, a adopção de responsabilidades e cargos de liderança na escola, a participação no processo de tomada de decisão, a participação em oficinas de pais, as visitas domiciliares, a participação em comités de pais, entre outras actividades.

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Recebido: 10 de Maio de 2021; Aceito: 23 de Julho de 2021

*Autor para correspondencia. E-mail: eespinoza@institutojubones.edu.ec

Los autores declaran que esta investigación no presenta conflicto de intereses.

Los autores participaron en la redacción del trabajo y análisis de los documentos.

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