SciELO - Scientific Electronic Library Online

 
vol.34Implementación de la historia clínica electrónica por médicos y enfermeras em la atención primaria de saludTelemedicina en pediatría para el manejo de enfermedades crónicas y de grupos vulnerables índice de autoresíndice de materiabúsqueda de artículos
Home Pagelista alfabética de revistas  

Servicios Personalizados

Revista

Articulo

Indicadores

  • No hay articulos citadosCitado por SciELO

Links relacionados

  • No hay articulos similaresSimilares en SciELO

Compartir


Revista Cubana de Información en Ciencias de la Salud

versión On-line ISSN 2307-2113

Rev. cuba. inf. cienc. salud vol.34  La Habana  2023  Epub 01-Dic-2023

 

Artículo original

Infodemia de COVID-19 e estresse percebido em idosos que utilizam as mídias sociais

COVID-19 infodemic and perceived stress in elderly people who use social media

Infodemia de covid-19 y estrés percibido en anciones que utilizan redes sociales

Elisa Shizuê Kitamura1  * 
http://orcid.org/0000-0002-4390-7652

Ricardo Bezerra Cavalcante2 
http://orcid.org/0000-0001-5381-4815

Fábio da Costa Carbogim3 
http://orcid.org/0000-0003-2065-5998

Eliane Ferreira Carvalho Banhato4 
http://orcid.org/0000-0001-9094-1725

Isabel Cristina Gonçalves Leite1 
http://orcid.org/0000-0003-1258-7331

1Universidade Federal de Juiz de Fora, Programa de Pós-graduação em Saúde Coletiva. Juiz de Fora, Brasil.

2Universidade Federal de Juiz de Fora, Programas de Pós-graduação em Enfermagem e em Psicologia. Juiz de Fora, Brasil.

3Universidade Federal de Juiz de Fora, Departamento de Enfermagem Aplicada. Juiz de Fora, Brasil.

4UniAcademia, Faculdade de Psicologia. Juiz de Fora, Brasil.

RESUMO

Objetivo:

Analisar a relação entre infodemia de COVID-19 e estresse percebido em idosos que utilizam as mídias sociais.

Métodos:

Estudo transversal por web-based survey, 470 idosos respondentes a questões sociodemográficas, de exposição a informações sobre COVID-19, e sinais e sintomas associados ao sofrimento psíquico. Variável de desfecho avaliada pela Escala de Estresse Percebido e pontuação média segundo variáveis independentes comparada por teste t, análise de variância ou correlação de Pearson e construído modelo final por regressão linear múltipla.

Resultados:

As variáveis significativas no modelo final (p < 0,05) foram: exposição pela TV (β = -0,144; IC95 % = -11,195 - -1,609); exposição pelas redes sociais (β = -0,175; IC95 %= -8,117 - -0,837); rastreio positivo para sofrimento psíquico devido à exposição a informações sobre COVID-19 (β = -0,380; IC95 %= -16,033 - -8,975).

Conclusão:

A infodemia pode potencializar o estresse em idosos, demandando cuidados específicos para essa população e o fortalecimento de sua rede social.

Palavras-chave: COVID-19; infodemia; idoso; estresse psicológico; mídias sociais

ABSTRACT

Objective:

To analyze the relationship between COVID-19 infodemic and perceived stress in elderly people who use social media.

Methods:

Cross-sectional study using a web-based survey, 470 aged respondents to sociodemographic questions, exposure to information about COVID-19, and signs and symptoms associated with psychological distress. Outcome variable evaluated by the Perceived Stress Scale and mean score according to independent variables compared by t-test, analysis of variance or Pearson's correlation and final model constructed by multiple linear regression.

Results:

The significant variables in the final model (p < 0.05) were: TV exposure (β = -0.144; 95%CI= -11.195 - -1.609); exposure through social networks (β = -0.175; CI95% = -8.117 - -0.837); positive screening for psychological distress due to exposure to information about COVID-19 (β = -0.380; 95%CI= -16.033 - -8.975). Conclusion: infodemic can increase stress in the elderly, demanding specific care for this population and the strengthening of their social network.

Keywords: COVID-19; infodemic; aged; stress; psychological; social media

RESUMEN

Objetivo:

Analizar la relación entre la infodemia de COVID-19 y el estrés percibido en ancianos usuarios de redes sociales.

Métodos:

Estudio transversal mediante una encuesta basada en la web; 470 ancianos que respondieron preguntas sociodemográficas, exposición a la información sobre la COVID-19 y los signos y síntomas asociados con la angustia psicológica. La variable se evaluó por la escala de estrés percibido y la puntuación media según las variables independientes, comparadas por t-test, análisis de variación o correlación de Pearson y el modelo final construido por regresión lineal múltiple.

Resultados:

Las variables significativas en el modelo final (p < 0,05) fueron: exposición a la televisión (β = -0,144; IC95 % = -11,195 - -1,609); exposición a través de redes sociales (β = -0,175; IC95 % = -8,117 - -0,837); cribado positivo de malestar psicológico por exposición a información sobre la COVID-19 (β = -0,380; IC95 %= -16,033 - -8,975).

Conclusiones:

La infodemia puede aumentar el estrés en los ancianos, lo que exige cuidados específicos para esa población y el fortalecimiento de su red social.

Palabras clave: COVID-19; infodemia; anciano; estrés psicológico; medios de comunicación social

Introdução

A notificação de uma doença respiratória causada por um novo tipo de coronavírus ocorreu na China, em dezembro de 2019, repercutindo no noticiário mundial e nas redes sociais.1) Denominada COVID-19, a doença foi declarada pandêmica, em 11 de março de 2020, por sua rápida disseminação, exigindo medidas globais de enfrentamento.1

Durante o decurso da pandemia, evidências mostraram que alguns grupos populacionais apresentavam risco aumentado de desenvolverem as formas mais graves da doença, entre eles, pessoas idosas e aquelas com doenças crônicas como diabetes, hipertensão, obesidade, asma.2 Autoridades sanitárias alertaram sobre o fato de que a população idosa possuía maior risco de complicações e mortalidade associadas à COVID-19 grave.3

O cenário de incertezas que envolvia a COVID-19, tanto sobre a dinâmica da própria doença quanto sobre as medidas eficazes de combate à pandemia, somado aos óbitos crescentes e ao temor de sobrecarga nos sistemas de saúde, fizeram com que as informações fossem rapidamente disseminadas em diversas mídias, inclusive e, principalmente, nas digitais.4 As mídias sociais possibilitaram que custos fossem minimizados, facilitaram a geração e divulgação das informações e ampliaram o acesso do público em geral. Porém, proporcionaram a disseminação desenfreada de notícias, incluindo a propagação de notícias falsas, fake news.5

A superabundância de informações sobre a COVID-19 acelerou a propagação de notícias, provocando dúvidas sobre a veracidade das fontes e até mesmo sobre as medidas a serem seguidas. Nesse sentido, em meio à pandemia, surge uma epidemia de informações ou infodemia. Esta se relaciona a um grande volume de notícias sobre um tema, precisas ou não, com impactos negativos na saúde da sociedade, especialmente na saúde mental.6 A infodemia de COVID-19 vem sendo apontada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e por comunidades científicas de diversos países como um grave problema de saúde pública, fato que justifica o incentivo crescente para o desenvolvimento de estudos para sua compreensão e estratégias para a sua gestão e mitigação.7,8,9 A sobrecarga causada pelo excesso de exposição às informações pode interferir na saúde mental dos indivíduos.10 A população idosa sofreu impactos emocionais com as medidas de isolamento e distanciamento social impostas durante a pandemia de COVID-19,11 além disso, está mais suscetível aos efeitos do excesso de informações pois, muitas vezes, não consegue processá-las.12 A dificuldade de ajustar as respostas emocionais às exigências do mundo moderno resulta em sofrimento psíquico, acarretando desequilíbrio físico, psicológico, funcional, organizacional e social.13

A maneira com que o indivíduo percebe os eventos potencialmente ameaçadores que ocorrem em sua vida é determinante de como ele é afetado pelo estresse.14 Os principais fatores de estresse na população em geral, durante a pandemia, estão relacionados à duração do distanciamento social, ao medo da contaminação, ao sentimento de frustração e de aborrecimento, aos impactos socioeconômicos, ao estigma relacionado à doença e às informações inadequadas sobre a COVID-19.15,16 Nesse sentido, a maior vulnerabilidade das pessoas idosas tanto às formas graves da COVID-19 quanto ao excesso de informações sobre a doença, pode contribuir para potencializar o estresse no grupo de idosos.17

Os profissionais de saúde devem pautar o cuidado na sua expertise, nas necessidades dos usuários e nas melhores evidências disponíveis, considerando o contexto enfrentado. Assim, devem buscar compreender como e quais os motivos que movem as práticas dos indivíduos, além de divulgar informações de saúde confiáveis.18

Destarte, a pandemia de COVID-19 apresentou desafios significativos para grande parte dos idosos e afetou sua saúde de diversas formas.19 Entender como a infodemia dessa doença repercute no estresse percebido em idosos pode orientar cuidados em saúde mental e estratégias que promovam a divulgação de conteúdo inteligível e de qualidade para essa população.

O objetivo deste estudo foi analisar a relação entre a infodemia de COVID-19 e o estresse percebido em idosos que utilizam as mídias sociais.

Métodos

Seguindo a verificação Strengthening the Reporting of Observational Studies in Epidemiology (STROBE),20 este estudo transversal utilizou dados coletados por web-based survey, sendo parte da Fase 1 do estudo multicêntrico misto de estratégia sequencial transformativa “Infodemia de COVID-19 e suas repercussões sobre a saúde mental de idosos: estudo multicêntrico Brasil/Portugal/Espanha/Itália/Chile”.

Os dados foram coletados na cidade de Juiz de Fora, localizada na macrorregião sudeste de Minas Gerais. Ao se considerar pessoas com idade igual ou superior a 60 anos, a cidade é a terceira em número, dentre aquelas com mais de 500.000 habitantes, no Brasil.21 A coleta dos dados ocorreu entre os meses de julho de 2020 e dezembro de 2020, com idosos que possuíam acesso às mídias sociais.

Foram incluídos na amostra os indivíduos com 60 anos ou mais de idade e acesso a mídias sociais e e-mail e/ou telefone. Dizer não ter habilidade para responder o questionário via mídias sociais ou pelo telefone foi considerado critério de exclusão.

A amostra foi definida como não probabilística e calculada considerando-se a população finita acima de 60 anos, utilizando-se a fórmula: Tamanho da amostra =

onde N = tamanho da população, z = nível de confiança expresso em desvio padrão (9 5%), e = Erro Amostral Tolerável expresso em proporção, e p = proporção do evento na população. Tomando por base a população estimada de idosos para o ano de 2019 no município, prevalência de 50 % de sintomas percebidos de estresse, erro amostral de 5 % e nível de confiança de 95 %, obteve-se uma amostra de 460 respondentes.

As variáveis do estudo constam no modelo teórico proposto para a investigação (fig. 1) com dois blocos hierarquizados de variáveis. Agrupadas em dois blocos, as variáveis independentes englobam as do bloco 1, relativas às características demográficas e socioeconômicas (sexo, faixa etária, situação conjugal, raça/cor, número de pessoas residentes na casa, condição da residência, localização da residência, escolaridade, utilização dos serviços de saúde, número de dependentes da renda, fonte de renda e alteração da renda com a pandemia de COVID-19) e as do bloco 2, relativas à infodemia. O segundo bloco foi subdividido conforme o tipo de mídia mais utilizada no acesso, o tempo e a frequência de exposição a cada mídia, o impacto autopercebido dessa exposição e o rastreio de sofrimento psíquico mediante a exposição a informações sobre COVID-19.

A coleta das variáveis seguiu o padrão apresentado em Kitamura e outros.22

Fig. 1 Modelo teórico de investigação dos efeitos das variáveis independentes sobre o estresse percebido em idosos, Juiz de Fora, MG, Brasil. 

Utilizou-se, ainda, a Escala de Estresse Percebido (EEP) que, validada para estudos no Brasil,23 é um instrumento composto por 14 questões relacionadas às experiências vivenciadas, no período passado de um mês, quanto ao fato de serem imprevisíveis, incontroláveis e em qual intensidade sobrecarregam sua vida.24 A escala do tipo Likert utiliza a frequência (nunca, quase nunca, às vezes, quase sempre, sempre) com que os sentimentos e pensamentos (sete negativos e sete positivos) foram percebidos, variando de 0 a 4 pontos. No caso dos itens positivos a pontuação é decrescente para o cômputo geral. A pontuação final varia de 0 a 56, com escores mais altos indicando maiores níveis de estresse percebido pelo indivíduo. Entende-se que a análise dos resultados deve ser feita a partir do escore médio, uma vez que agrupar escores de variáveis contínuas acaba levando à perda de sensibilidade.23,25 O percentil 90 caracteriza altos níveis de estresse.23

Os idosos foram convidados a participar da pesquisa via redes sociais e/ou e-mail e/ou telefone, utilizando-se a estratégia bola de neve virtual. Trata-se de uma técnica cada vez mais utilizada em estudos quantitativos,26 na qual cada participante da pesquisa é estimulado a repassá-la para seus conhecidos. Com a recomendação de distanciamento físico, especialmente aos idosos, ocorrida no período da pandemia,27 a abordagem aos participantes foi feita por e-mail, mídias sociais ou telefone, indicando o link do questionário. Inicialmente, encaminhou-se o link com a web-based survey, para um grupo de idosos, acompanhado previamente pelos pesquisadores, inserido em projetos de extensão. Complementarmente, para que a amostra fosse mais heterogênia, o link foi enviado às sociedades científicas de geriatria e gerontologia e associações de aposentados. Quando a abordagem ocorria por telefone, os idosos eram perguntados se faziam uso das mídias sociais e aqueles que respondessem afirmativamente poderiam escolher se responderiam o questionário por telefone ou se receberiam o link pelas mídias sociais. Acessando o link, os idosos eram inicialmente direcionados para aceitação ou não do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) digital. Caso o idoso preferisse participar da pesquisa por telefone, recebia por e-mail ou redes sociais informadas o TCLE assinado pelo pesquisador. Somente após o aceite, ocorria o acesso às questões da web-based survey. Todas as questões eram de preenchimento obrigatório para que se tivesse acesso às demais seções e finalizasse o questionário.

Os dados foram inseridos no programa IBM-SPSS Statistics Data Editor, versão 20. As variáveis categóricas estão descritas por suas frequências e porcentagens, enquanto as contínuas, pelas médias (M) e desvios padrão (DP). O padrão de normalidade foi avaliado pelo teste Kolmogorov-Smirnov (p = 0,067). A variável de desfecho foi avaliada pela Escala de Estresse Percebido (EEP). A pontuação média da EEP segundo variáveis independentes foi comparada por teste t (para dois estratos), ANOVA (para mais de dois estratos) ou correlação de Pearson (para variáveis quantitativas) em blocos hierarquizados e aquelas com p ≤ 0,10 passaram por regressão linear múltipla pelo método backward, para melhor ajuste do modelo, dentro do próprio bloco e entre os blocos, sendo mantidas no modelo final, as variáveis que apresentaram p < 0,05. A regressão linear múltipla é um modelo de análise usado para modelar a relação linear entre uma variável de desfecho contínua e múltiplas variáveis preditoras, que podem ser contínuas ou categóricas. Dessa forma, entende-se a relação entre uma variável de resultado e uma preditora controlando pelo efeito de outras variáveis preditoras. Objetivando-se levar para o modelo final variáveis importantes clinicamente, embora não tivessem alcançado p < 0,05 na análise bivariada, optou-se por passar pela regressão aquelas variáveis que atingiram p < 0,10 com a finalidade de não se fundamentar exclusivamente em valores estatísticos. Adotou-se intervalo de confiança de 95 %.

A presente pesquisa foi aprovada pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP).

Resultados

O período de coleta foi de 13 de julho de 2020 até 30 de dezembro de 2020. A amostra foi constituída por 470 idosos, sendo 67,2 % do sexo feminino, 61,3 % da faixa etária de 60 a 69 anos, 71,1 % da raça/cor branca e 56,2 % com cônjuge. A idade média dos respondentes foi 68,82 (DP = 6,970) anos. O nível superior ou maior grau de escolaridade foi encontrado em 40,6 % dos respondentes. Quanto à residência, 81,5 % disseram ser própria, 97 % localizada na área urbana e 55,5 % coabitá-la com 1 a 2 pessoas. Serviços de saúde gratuitos e pagos são utilizados por 41,3 % dos respondentes, com 81,5 % possuindo uma fonte de renda e 57,2 % tendo de 1 a 2 dependentes desta. A pandemia de COVID-19 não alterou a renda de 78,3 % dos entrevistados.

Fontes de exposição às informações sobre COVID-19

Os idosos referiram estar diariamente expostos às notícias e informações sobre COVID-19, em média, 3,72 horas pela televisão (TV), 3,08 horas pelas redes sociais e menos de 1 hora pelo rádio. No que tange à exposição pelas redes sociais, observou-se pequena variação entre homens (3 horas e 1 minuto) e mulheres (3 horas e 14 minutos). Essa exposição se deu, principalmente, pelo WhatsApp (44,04 %), Facebook (31,70 %) e sites da internet (31,70 %). Entretanto, ao se considerar a exposição durante a última semana, para todas as mídias, foi predominante a exposição pela televisão (89,4 %). Afirmaram, ainda, perceber que essas informações veiculadas na TV (51,0 %), redes sociais (41,8 %) e rádio (30,0 %) os afetavam psicologicamente e/ou fisicamente.

As respostas geradas nos idosos pelas informações divulgadas tanto nas redes sociais quanto na TV foram de “conscientização” e “segurança” quando se referiam ao número de infectados pela COVID-19. Já quando faziam referência ao número de mortos, fotos, vídeos e notícias falsas relacionadas à COVID-19 geravam respostas como “medo”, “estresse” e “ansiedade”.

Ao se avaliar o rastreio de sofrimento psíquico devido a exposição a informações sobre COVID-19, 4,50 % (M = 22,89, DP = 20,183) dos idosos apresentaram rastreio positivo, sendo que houve diferença significativa entre os sexos, feminino (3,80%, M = 24,92, DP = 20,09) e masculino (5,90 %, M = 18,74, DP = 19,86).

Estresse percebido e variáveis associadas

Quanto à classificação da EEP, seu escore médio foi 20,5 (DP = 8,764). Altos níveis de estresse foram encontrados em 9,78 % dos idosos. Houve associação do estresse com não possuir residência própria, ter mais dependentes de sua renda e não possuir fonte de renda. O estresse também esteve associado a maior exposição às notícias e informações sobre COVID-19 (quantidade de horas por dia e frequência) pelas redes sociais e pela TV, ao sentimento de que as informações veiculadas pelas redes sociais, TV e rádio os afetam e às respostas geradas no idoso quando exposto a informações sobre COVID-19 (número de infectados, mortos, medo relacionado à doença, fotos, vídeos e notícias falsas) nas mídias pesquisadas. Ainda foi encontrada associação do estresse com rastreio positivo para sofrimento psíquico mediante a exposição às informações sobre COVID-19 (tabela 1).

Tabela 1 Teste utilizado, média, desvio-padrão e p-valor das variáveis associadas ao estresse em idosos (n = 470), Juiz de Fora, MG, Brasil, 2020 

Variáveis Teste utilizado M (DP) p
Bloco 1 - Variável demográfica e socioeconômica
Situação da residência Teste t 0,009
Residência própria 20,01 (8,640)
Outro tipo 22,71 (9,014)
Depende da renda do idoso ANOVA 0,045
Nenhum dependente 18,00 (9,587)
1 a 2 dependentes 20,86 (8,833)
3 ou mais dependentes 21,01 (8,054)
Fonte de renda ANOVA 0,051
Nenhuma 26,58 (9,199)
1 fonte de renda 20,32 (8,853)
Mais de 1 fonte de renda 20,51 (7,970)
Bloco 2 - Variáveis referentes à exposição às notícias e informações sobre COVID-19
Horas/dia Correlação de Pearson
Redes Sociais 3,08 (4,669) 0,009
Televisão 3,72 (4,012) 0,022
Horas/dia categorizada ANOVA
Redes Sociais 0,001
Mais do que 4 horas 22,75 (8,742)
Até 4 horas 19,71 (8,646)
Frequência na última semana
Redes Sociais Teste t < 0,001
Exposto 21,50 (8,482)
Não exposto 18,06 (9,001)
Televisão Teste t 0,005
Exposto 20,90 (8,669)
Não exposto 17,24 (8,968)
Sente-se afetado (Redes Sociais) Teste t < 0,001
Sim 25,58 (8,440)
Não 18,29 (7,519)
Sente-se afetado (Televisão) Teste t < 0,001
Sim 23,50 (8,796)
Não 17,85 (7,446)
Sente-se afetado (Rádio) Teste t < 0,001
Sim 24,96 (7,335)
Não 19,74 (7,089)
Informações divulgadas pelas redes sociais geraram:
Número de infectados Teste t 0,029
Alguma resposta 21,95 (8,466)
Nenhuma resposta 18,40 (8,775)
Medo relacionado à COVID-19 Teste t < 0,001
Alguma resposta 22,52 (8,384)
Nenhuma resposta 17,35 (8,628)
Fotos relacionadas à pandemia Teste t 0,004
Alguma resposta 22,37 (8,495)
Nenhuma resposta 18,46 (8,077)
Vídeos relacionados à pandemia Teste t 0,001
Alguma resposta 22,41 (8,467)
Nenhuma resposta 17,81 (7,827)
Notícias falsas Teste t 0,003
Alguma resposta 22,40 (8,494)
Nenhuma resposta 18,92 (7,976)
Informações divulgadas pela televisão geraram:
Número de infectados Teste t < 0,001
Alguma resposta 21,13 (8,700)
Nenhuma resposta 13,95 (8,092)
Número de Mortos Teste t <0,001
Alguma resposta 21,20 (8,708)
Nenhuma resposta 12,92 (7,058)
Medo relacionado à COVID-19 Teste t < 0,001
Alguma resposta 21,54 (8,703)
Nenhuma resposta 14,40 (7,267)
Fotos relacionadas à pandemia Teste t < 0,001
Alguma resposta 21,55 (8,761)
Nenhuma resposta 14,28 (7,362)
Vídeos relacionados à pandemia Teste t < 0,001
Alguma resposta 21,46 (8,777)
Nenhuma resposta 14,35 (7,700)
Notícias falsas Teste t <0,001
Alguma resposta 21,60 (8,719)
Nenhuma resposta 16,90 (9,070)
Informações divulgadas pelo rádio geraram:
Número de infectados Teste t < 0,001
Alguma resposta 21,45 (7,555)
Nenhuma resposta 14,75 (6,560)
Número de Mortos Teste t < 0,001
Alguma resposta 24,00 (7,629)
Nenhuma resposta 19,64 (7,466)
Medo relacionado à COVID-19 Teste t 0,004
Alguma resposta 21,65 (7,639)
Nenhuma resposta 16,85 (8,264)
Rastreio para sofrimento psíquico* Teste t < 0,001
Caso 33,81 (5,259)
Não caso 19,89 (8,396)

Leyenda: dp = desvio padrão; p = valor de p;*rastreio para sofrimento psíquico (sinais e sintomas físicos e/ou psíquicos) causados e/ou agravados pela exposição a informações sobre COVID-19.

Fuente: Autoria própria.

Após ajustes (por blocos e entre todos os blocos), as variáveis com p < 0,05 foram: exposição às informações pela TV; respostas geradas por informações sobre medo relacionado à COVID-19 veiculadas nas redes sociais; rastreio para sofrimento psíquico causado e/ou agravado pela exposição às informações sobre COVID-19 (tabela 2).

Tabela 2 Modelo de regressão linear múltipla preditores do estresse em idosos (n = 470), Juiz de Fora, MG, Brasil, 2020 

r2 ajustado 0,177
B IC95 % p β
Exposição às informações pela TV (não exposto) -6,402 -11,195 - -1,609 0,009 -0,144
Respostas geradas por informações sobre medo veiculadas nas redes sociais (nenhuma resposta) -4,477 -8,117 - -0,837 0,016 -0,175
Rastreio para sofrimento psíquico* (não caso) -12,504 -16,033 - -8,975 < 0,001 -0,380

Leyenda: r2 ajustado = coeficiente de determinação ajustado; B = coeficiente angular; IC95 % = intervalo de confiança de 95 %, β = coeficiente de regressão;* rastreio para sofrimento psíquico (sinais e sintomas físicos e/ou psíquicos) causados e/ou agravados pela exposição a informações sobre COVID-19.

Fuente: Autoria própria.

Discussão

Este estudo analisou a relação entre infodemia de COVID-19 e estresse percebido em idosos que utilizam as mídias sociais. As variáveis que se mantiveram associadas com o estresse percebido no modelo final, pertencem todas ao bloco de exposição às notícias e informações sobre COVID-19.

O perfil dos idosos deste estudo se assemelha ao de outras web-surveys que analisaram essa faixa etária, durante a pandemia de COVID-19.27,28,29,30 A amostra caracterizou-se pela prevalência do sexo feminino e de idosos jovens (60 a 74 anos), corroborando o observado em outros estudos.30,31,32

O acesso à Internet avançou rapidamente ao longo dos últimos anos entre a população idosa. Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) coletados em 2018, a utilização da internet entre a população com 60 anos ou mais chegou a 45 %, enquanto o percentual de idosos que possuíam telefone celular atingiu 67 %.33 O smartphone é o dispositivo mais utilizado para acessar a internet (82 %), segundo essa pesquisa nacional.

Um levantamento especial realizado durante a pandemia de COVID-19 indicou que, no Brasil, 64 % dos idosos acessavam a internet e que destes, 91 % possuíam cadastro em alguma rede social e 66 % disseram ter aumentado a frequência de uso durante a pandemia.34 Se a inclusão digital das pessoas idosas tem avançado, o desafio é o aumento de sua literacia digital em saúde. É preciso desenvolver entre as pessoas idosas a capacidade de buscar, encontrar, compreender e avaliar informações de saúde advindas de fontes eletrônicas diversificadas com vistas à tomada de decisões sobre o seu processo de saúde/doença/cuidado. Sabe-se que a baixa literacia está associada ao aumento da morbidade e mortalidade nos idosos, uma vez que apresentam menor capacidade para realizar o autocuidado em saúde.35,36

A exposição às informações sobre COVID-19 veiculadas pela TV foi um preditor do estresse em idosos, neste estudo. Esse achado pode estar ligado a maior utilização dessa mídia pelos idosos que têm nos telejornais sua principal fonte de informação.37 Destaca-se a importância e responsabilização da mídia televisiva, e principalmente dos telejornais, pelo conteúdo disseminado. A TV, além de seu papel informativo, também pode se conformar como uma fonte promissora de educação em saúde para as pessoas idosas.38 Para tanto, deve se implicar na mitigação do estresse proporcionado pela divulgação de notícias, além da apresentação de conteúdos que favoreçam a promoção da saúde e a prevenção aos riscos, doenças e agravos.

Devido a informações veiculadas nas redes sociais sobre medo relacionado à COVID-19, foi gerada no idoso alguma resposta (medo, conscientização, estresse, segurança ou ansiedade), que se manteve associada a maiores níveis de estresse percebido. Pode-se explicar esse achado a partir de algum grau de limitação acerca de conhecimento, habilidade e confiança para utilizar os meios tecnológicos, o que pode levar à exacerbação do estresse nessa população.34

Sabendo-se que 38 % dos idosos acreditam que a tecnologia por vezes os confundem,39 entende-se que essa inabilidade ou limitação no uso de novas tecnologias de comunicação acaba interferindo na aquisição de conhecimentos sobre a pandemia e dificulta a orientação dos comportamentos individuais e coletivos principalmente em tempos de distanciamento social.40 Entretanto, um estudo conduzido na população idosa, encontrou que para 21,9 % a interação pelas redes sociais era um fator de enfrentamento importante.30 Desta feita, sabendo do ecossistema desinformativo característico das tecnologias da informação, em tempos de crise sanitária,6,7,8 é importante o engajamento de enfermeiros, outros profissionais de saúde, familiares e cuidadores, enquanto fontes de informações fidedignas, de suporte a saúde, de proteção à vida das pessoas idosas, bem como de combate às informações potencialmente estressoras disseminadas.18,41 O enfrentamento da infodemia deve ser compartilhado na rede de apoio aos idosos, e chama a atenção o papel desempenhado por enfermeiros no contexto pandêmico.42

Uma pesquisa norte-americana constatou que 6,6 % dos idosos achavam que as notícias sobre COVID-19 eram estressantes e que se sentiam ansiosos quando em contato com essas informações.30 Em uma sociedade altamente digital, as dimensões epidêmica e infodêmica da COVID-19 coevoluem.43 Portanto, tanto fatores relativos à doença, do ponto de vista biológico, quanto fatores referentes à infodemia podem gerar estressores desencadeadores de sinais e sintomas constituintes de sofrimento psíquico.12 Dessa forma, o sofrimento psíquico associado à exposição a informações sobre COVID-19 noticiadas na Internet mostrou-se, neste estudo, importante preditor para o desfecho estresse percebido em idosos. Tal constatação denota a necessidade de repensarmos o papel da Internet e seus potenciais impactos sobre a saúde mental da população idosa, uma vez que pode se conformar como uma fonte estressora, veículo de desinformação, negacionismos, teorias conspiratórias, e potencialmente danosas. Algo reconhecido pela OMS, mas que destaca a importância de se desenvolver estratégias protetivas e específicas para população idosa no contexto da internet e das redes sociais visando a mitigação da infodemia e seu gerenciamento.7,8

Percebe-se que a capacidade de se adaptar às circunstâncias trazidas com a atual pandemia é bastante heterogênea na população em geral. Alguns indivíduos são mais suscetíveis ao estresse do que outros. Um estudo chinês que utilizou a EEP em uma amostra comunitária, encontrou médias mais baixas de estresse percebido na população idosa quando comparadas as de adultos jovens.44 Já um estudo holandês relatou que a pandemia de COVID-19 impactou severamente o bem-estar dos idosos e apontou a necessidade de desenvolver estratégias de prevenção e intervenção para ajudá-los a lidarem com estressores.29 Alguns autores sugerem que idosos tenham mais recursos para lidar com os estressores devido a enfrentamentos anteriores, além do fato de controlarem melhor suas reações emocionais frente aos estressores.45 Com os resultados verificados no presente estudo, pode-se afirmar que na amostra estudada há um percentual significativo de pessoas idosas com sintomatologia para estresse percebido, principalmente nos idosos mais jovens. De fato, é uma constatação que reforça a necessidade de ampliação do cuidado para esta parcela da população, principalmente no que concerne à sua saúde mental e na abordagem de exposição às informações disseminadas para este público a partir das várias possibilidades de mídias (internet, redes sociais, TV e rádio).

O estudo apresenta como limitação a utilização de uma amostra não aleatória, além da natureza transversal dos dados. Logo, se faz necessária cautela na interpretação de relações causais entre as variáveis e generalização dos achados deste estudo para a população idosa em geral. A avaliação do estresse percebido isoladamente pode não ter a sensibilidade necessária para detectar se os níveis de estresse já estavam presentes previamente à pandemia, se foram agravados ou se surgiram por consequência.

Entretanto, este estudo pode contribuir auxiliando na compreensão dos fatores pelos quais a infodemia de COVID-19 pode gerar o estresse especificamente em pessoas idosas. Algo inovador em pesquisas sobre infodemia que ainda estão focadas em suas repercussões para o público geral. Os resultados podem subsidiar a formulação de estratégias de enfrentamento da infodemia nessa população e de novas pesquisas que abordem este fenômeno.

Enfatiza-se também contribuições para o direcionamento de políticas e legislações que normatizem a atuação das mídias (TV, redes sociais, internet e rádio) na disseminação de informações de saúde para a população idosa.

Ressalta-se o papel da rede de apoio a pessoa idosa, com destaque para a enfermagem, no combate e mitigação da infodemia por meio do aumento da literacia e por intervenções voltadas para a educação em saúde desta população considerando suas peculiaridades.

Conclusões

Foi constatada no estudo a relação entre infodemia de COVID-19 e estresse percebido em idosos usuários de mídias sociais A exposição às informações sobre COVID-19 veiculadas principalmente pela televisão e pelas redes sociais, provocaram ou exacerbaram os sinais e sintomas de sofrimento psíquico nos idosos.

Dessa forma, políticas públicas específicas e estratégias protetivas, devem direcionar as linhas de ação para o cuidado a esta parcela da população. Ações como alfabetização digital, podem auxiliar na seleção de fontes confiáveis de notícias, na checagem informacional e no compartilhamento de informações verificadas.

Sugerem-se novos estudos que investiguem os fatores de risco e de proteção da infodemia nas pessoas idosas.

Referencias bibliográficas

1. Li R, Pei S, Chen B, Yemeng C, Zhang T, Yang W, et al. Substantial undocumented infection facilitates the rapid dissemination of novel coronavirus (SARS-CoV-2). Science. 2020;368(6490):489-93. DOI: https://www.science.org/doi/10.1126/science.abb3221Links ]

2. Alyammahi SK, Abdin SM, Alhamad DW, Elgendy SM, Altell AT, Omar HA. The dynamic association between COVID-19 and chronic disorders: An updated insight into prevalence, mechanisms and therapeutic modalities. Infect Genet Evol. 2021 [acesso 10/05/2021];87(104647). Disponível em: https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S1567134820304780Links ]

3. Brooke J, Jackson D. Older people and COVID-19: Isolation, risk and ageism. J Clin Nurs. 2020;29(1):2044-6. DOI: https://doi.org/10.1111/jocn.15274Links ]

4. Filho CG, Vieira LJES, Silva RM da. Buscas na internet sobre medidas de enfrentamento à COVID-19 no Brasil: descrição de pesquisas realizadas nos primeiros 100 dias de 2020. Epidemiol Serv Saúde. 2020;29(3):1-6. DOI: https://doi.org/10.5123/S1679-49742020000300011Links ]

5. Barcelos TNM, Dantas LN, Cotrim Junior DM, Cavalcante DF, Faerstein JR. Análise de fake news veiculadas durante a pandemia de COVID-19 no Brasil. Rev Panam Salud Publica. 2021;45(1):1-8. DOI: https://doi.org/10.26633/RPSP.2021.65Links ]

6. The Lancet Infectious Diseases. The COVID-19 infodemic. The Lancet. 2020;20(8):875. DOI: https://doi.org/10.1016/S1473-3099(20)30565-XLinks ]

7. World Health Organization. Public health research agenda for managing infodemics. WHO. 2021 [acesso 10/05/2021]. Disponível em: https://www.who.int/publications/i/item/9789240019508Links ]

8. World Health Organization. An ad hoc WHO technical consultation managing the COVID-19 infodemic: call for action. WHO. 2020 [acesso 10/05/2021]. Disponível em: https://www.who.int/publications/i/item/9789240010314Links ]

9. Li W, Yang Y, Liu Z, Zhao Y, Zhang Q, Zhang L, et al. Progression of Mental Health Services during the COVID-19 Outbreak in China. Int J Biol Sci. 2020 [acesso 10/05/2021];16(10):1732-8. Disponível em: https://www.ijbs.com/v16p1732.htmLinks ]

10. Aquino SD, Vieira LS. Bem-estar e consumo de notícias durante a pandemia de COVID-19. Rev. Font. Doc. 2020 [acesso 10/05/2021];3:165-74. Disponível em: https://aplicacoes.ifs.edu.br/periodicos/fontesdocumentais/article/view/635Links ]

11. Hammerschmidt KSA, Santana RF. Saúde do idoso em tempos de pandemia COVID-19. Cogitare Enferm 2020 [acesso 10/05/2021];25(1):1-10. Disponível em: https://revistas.ufpr.br/cogitare/article/view/72849Links ]

12. Andersen AJM, Godoy E. Infodemia em tempos de pandemia: batalhas invisíveis com baixas imensuráveis. Revista Memorare 2020;7(2):184-98. DOI: https://doi.org/10.19177/memorare.v7e22020184-198Links ]

13. American Psychiatric Association. Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais: DSM-5. 5ª edição. Porto Alegre: Artmed; 2014. [ Links ]

14. Margis R, Picon P, Cosner AF, Silveira RO. Relação entre estressores, estresse e ansiedade. Rev. psiquiatr. Rio Gd. Sul. 2003;25(1):65-74. DOI: https://doi.org/10.1590/S0101-81082003000400008Links ]

15. González-Soto CE, Agu¨ero-Grande JA, Mazatán-Ochoa CI, Guerrero-Castañeda RF. Cuidado de la salud mental en adultos mayores en la transición pandemia COVID-19-nueva normalidad. Cogitare Enferm. 2021;26(e78463). DOI: https://doi.org/10.5380/ce.v26i0.78463Links ]

16. Pereira JR, Fernandes DS, Aguiar VFF, Sousa FJD. Avaliação do medo e estresse pelo idoso na pandemia do novo coronavírus: um estudo transversal. Cogitare Enferm. 2022;27. DOI: https://dx.doi.org/10.5380/ce.v27i0.83400Links ]

17. Alencastro ASA, Melo ESJ. Reflexões acerca da "Infodemia" relacionada à COVID-19. Rev Min Enferm. 2021 [acesso 10/05/2021];25(1):1-5. Disponível em: https://periodicos.ufmg.br/index.php/reme/libraryFiles/downloadPublic/390Links ]

18. Püschel VAA, Oliveira LB, Carbogim FC, Fhon JRS. A prática baseada em evidências em tempos de infodemia: reflexões e indicativos. Em: Cavalcante RB, Castro EAB (Org.). Infodemia: gênese, contextualizações e interfaces com a pandemia de COVID-19. Brasilia: Editora ABen; 2022. DOI: https://doi.org/10.51234/aben.22.e10.c07Links ]

19. Lebrasseur A, Fortin-Bédard N, Lettre J, Raymond E, Bussières E, Lapierre N, et al. Impact of the COVID-19 Pandemic on Older Adults: Rapid Review. JMIR Aging. 2021 [acesso 10/05/2021];4(2):e26474. Disponível em: https://aging.jmir.org/2021/2/e26474Links ]

20. Malta M, Cardoso LO, Bastos FI, Magnanini MMF, Silva CMFP. Iniciativa STROBE: subsídios para a comunicação de estudos observacionais. Rev. Saúde Pública. 2010;44(3). DOI: https://doi.org/10.1590/S0034-89102010000300021Links ]

21. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Sinopse do Censo Demográfico de 2010. Rio de Janeiro, 2011 [acesso 10/05/2021]. Disponível em: https://biblioteca.ibge.gov.br/index.php/biblioteca-catalogo?id=249230&view=detalhesLinks ]

22. Kitamura ES, Cavalcante RB, Castro EAB, Leite ICG. Infodemia de COVID-19 em idosos com acesso a mídias digitais: fatores associados a alterações psicopatológicas. Rev Bras Geriatr Gerontol. 2022;25(6). DOI: https://doi.org/10.1590/1981-22562022025.220016ptLinks ]

23. Luft CDB, Sanches SO, Mazo GZ, Andrade A. Versão brasileira da Escala de Estresse Percebido: tradução e validação para idosos. Rev saúde pública. 2007;41(4):606-15. DOI: https://doi.org/10.1590/S0034-89102007000400015Links ]

24. Cohen S, Kamarck T, Mermelstein R. A global measure of perceived stress. J Health Soc Behav. 1983;24(4):385-96. DOI: https://doi.org/10.2307/2136404Links ]

25. Faro A. Análise fatorial confirmatória das três versões da Perceived Stress Scale (PSS): um estudo populacional. Psicol Reflex Crit. 2015;28(1):21-30. DOI: https://doi.org/10.1590/1678-7153.201528103Links ]

26. Costa BRL. Bola de Neve Virtual: O Uso das Redes Sociais Virtuais no Processo de Coleta de Dados de uma Pesquisa Científica. RIGS. 2018 [acesso 10/05/2021];7(1):15-37. Disponível em: https://periodicos.ufbaibr/index.php/rigs/article/view/24649Links ]

27. Romero DE, Muzy J, Damacena GN, Souza NA, Almeida WS, Szwarcwald CL, et al. Idosos no contexto da pandemia da COVID-19 no Brasil: efeitos nas condições de saúde, renda e trabalho. Cad Saúde Pública. 2021;37(3):1-16. DOI: https://doi.org/10.1590/0102-311X00216620Links ]

28. Giebel C, Lord K, Cooper C, Shenton J, Cannon J, Pulford D, et al. A UK survey of COVID-19 related social support closures and their effects on older people, people with dementia, and carers. Int J Geriatr Psychiatry. 2021;36(1):393-402. DOI: https://doi.org/10.1002/gps.5434Links ]

29. De Pue S, Gillebert C, Dierckx E, Vanderhasselt MA, Raedt R, Bussche EV. The impact of the COVID-19 pandemic on wellbeing and cognitive functioning of older adults. Sci Rep. 2021;11(4636):1-11. DOI: https://doi.org/10.1038/s41598-021-84127-7Links ]

30. Whitehead BR. COVID-19 as a Stressor: Pandemic Expectations, Perceived Stress, and Negative Affect in Older Adults. J Gerontol B Psychol Sci Soc Sci. 2021;76(2):59-64. DOI: https://doi.org/10.1093/geronb/gbaa153Links ]

31. Parlapani E, Holeva V, Nikopoulou VA, Sereslis K, Athanasiadou M, Godosidis A, et al. Intolerance of Uncertainty and Loneliness in Older Adults During the COVID-19 Pandemic. Front Psychiatry. 2020;11(1):1-12. DOI: https://doi.org/10.3389/fpsyt.2020.00842Links ]

32. Diniz JL, Moreira ACA, Teixeira IX, Azevedo SGV, Freitas CASL, Maranguape IC. Digital inclusion and Internet use among older adults in Brazil: a cross-sectional study. Rev Bras Enferm. 2020;73(3). DOI: https://doi.org/10.1590/0034-7167-2020-0241Links ]

33. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD contínua). Acesso à internet e à televisão e posse de telefone móvel celular para uso pessoal, Rio de Janeiro, 2018 [acesso 10/05/2021]. Disponível em: https://biblioteca.ibge.gov.br/index.php/biblioteca-catalogo?view=detalhes&id=2101705Links ]

34. Kantar Ibope Media Data Stories. Tech+ Tecnologia e aceleração digital para os "Masters". 2021 [acesso 09/02/2022]. Disponível em: https://my.visme.co/view/dmdmn3ev-data-stories-ed-6-mastersLinks ]

35. Pourrazavi S, Kouzekanani K, Bazargan-Hejazi S, Shaghaghi A, Hashemiparast M, Fathifar Z et al. Theory-based E-health literacy interventions in older adults: a systematic review. Arch Public Health. 2020;78(72). DOI: https://doi.org/10.1186/s13690-020-00455-6Links ]

36. Pedro AR, Amaral O, Escoval A. Literacia em saúde, dos dados à ação: tradução, validação e aplicação do European Health Literacy Survey em Portugal. Rev Port Saúde Pública. 2016 [acesso 09/02/2022];34(3):259-75. Disponível em: https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0870902516300311Links ]

37. Gomes VIA, Silva SS, Oliveira SGT, Barbosa CCOL, Neto PAB. Comportamento informacional dos idosos através dos meios de comunicação. Inf Pauta. 2017 [acesso 10/05/2021];2:10-15. Disponível em: http://www.periodicos.ufc.br/informacaoempauta/article/view/20645Links ]

38. Souza Filho ZA, Nemer CRB, Teixeira E, Neves ALM, Nascimento MHM, Medeiros HP, et al. Fatores associados ao enfrentamento da pandemia da COVID-19 por pessoas idosas com comorbidades. Esc Anna Nery. 2021;25(spe):e20200495. DOI: https://doi.org/10.1590/2177-9465-EAN-2020-0495Links ]

39. Pesquisas FPA. Idosos no Brasil II. Vivências, desafios e expectativas na 3ª idade. Fundação Perseu Abramo. SESC São Paulo, 2020 [acesso 10/05/2021]. Disponível em: https://fpabramo.org.br/publicacoes/wp-content/uploads/sites/5/2020/08/Pesquisa-Idosos-II-Completa-v2.pdfLinks ]

40. Meisner B, Boscart V, Gaudreau P, Stolee P, Ebert P, Heyer M, et al. Interdisciplinary and Collaborative Approaches Needed to Determine Impact of COVID-19 on Older Adults and Aging: CAG/ACG and CJA/RCV Joint Statement. Can J Aging. 2020;39(3):333-43. DOI: https://doi.org/10.1017/S0714980820000203Links ]

41. Fhon JRS, Püschel VAA, Cavalcante RB, Cruz FV, Gonçalves LN, Li W, et al. Infodemic of COVID-19 and repercussions on the mental health of the elderly from São Paulo. Rev Esc Enferm USP. 2022;56(e20210421). DOI: https://doi.org/10.1590/1980-220X-REEUSP-2021-0421Links ]

42. Jones M, James J. Role of the nurse in addressing vaccine hesitancy and misinformation on social media. Nurs Stand. 2021;36(12):62-66. DOI: https://doi.org/10.7748/ns.2021.e11759Links ]

43. Patel MP, Kute VB, Agarwal SK. "Infodemic" COVID 19: More Pandemic than the Virus. Indian J Nephrol. 2020;30(3):188-91. DOI: https://doi.org/10.4103/ijn.IJN_216_20Links ]

44. Yao L, Xiong Y, Yuan F, Luo Y, Yan L, Li Y. Perceived stress and its impact on health behavior of chinese residents during the COVID-19 epidemic: an internet-based cross-sectional survey. Health Sci Rep. 2022;5(5):e778. DOI: https://doi.org/10.1002/hsr2.778Links ]

45. Carney AK, Graf AS, Grace Hudson, Wilson E. Age Moderates Perceived COVID-19 Disruption on Well-Being. Gerontologist. 2021;61(1):30-5. DOI:https://doi.org/10.1093/geront/gnaa106Links ]

Recebido: 18 de Janeiro de 2023; Aceito: 05 de Setembro de 2023

*Autor para la correspondencia: elisaskit@gmail.com

Declaramos não haver quaisquer conflitos de interesse que possam influenciar o resultado da pesquisa.

Conceptualización: Elisa Shizuê Kitamura, Ricardo Bezerra Cavalcante, Fábio da Costa Carbogim, Isabel Cristina Gonçalves Leite.

Curación de datos: Elisa Shizuê Kitamura, Isabel Cristina Gonçalves Leite.

Análisis formal: Elisa Shizuê Kitamura, Eliane Ferreira Carvalho Banhato, Isabel Cristina Gonçalves Leite.

Supervisión: Ricardo Bezerra Cavalcante.

Recursos: Ricardo Bezerra Cavalcante.

Investigación: Elisa Shizuê Kitamura, Isabel Cristina Gonçalves Leite.

Metodología: Elisa Shizuê Kitamura, Isabel Cristina Gonçalves Leite.

Administración del proyecto: Elisa Shizuê Kitamura, Ricardo Bezerra Cavalcante, Isabel Cristina Gonçalves Leite.

Redacción - borrador original: Elisa Shizuê Kitamura.

Redacción - revisión y edición: Elisa Shizuê Kitamura, Ricardo Bezerra Cavalcante, Fábio da Costa Carbogim, Eliane Ferreira Carvalho Banhato, Isabel Cristina Gonçalves Leite.

Creative Commons License Este é um artigo publicado em acesso aberto sob uma licença Creative Commons