Introdução:

A ceratoplastia tem sido a técnica mais utilizada para o tratamento das alterações corneanas.

Objetivo:

Descrever as características clínico-epidemiológicas da ceratoplastia terapêutica em pacientes com úlcera de córnea grave.

Método:

Estudo observacional descritivo e transversal em 17 olhos de 16 pacientes operados de ceratoplastia terapêutica que apresentavam úlcera de córnea grave, internados no serviço de Oftalmologia do Hospital General Docente “Dr. Juan Bruno Zayas Alfonso” em Santiago de Cuba no período de janeiro de 2018 a dezembro de 2019. Foram estudadas as variáveis idade, sexo, procedência, ocupação, fatores predisponentes, tempo de evolução antes da admissão, tratamento tópico prévio e germe causal. Na análise estatística, utilizou-se a frequência absoluta e o percentual para as variáveis qualitativas e para as quantitativas, a média e o desvio padrão.

Resultados:

Predominou pacientes do sexo masculino, aposentados com mais de 60 anos. O trauma ocular não cirúrgico prevaleceu como fator predisponente. Antes da internação, colírios antibióticos foram aplicados com maior frequência e o tempo médio de evolução foi de 12,2 dias. O grupo de germes mais preponderante foi o de bactérias.

Conclusões:

A ligação entre o germe causal e a aplicação de medicações tópicas prévias de forma prolongada favorece a evolução entorpecida da doença para formas graves de úlcera de córnea. O que oferece uma resposta pobre e prolongada aos esquemas de tratamento convencionais, que por vezes conduzem a uma queratoplastia tectónica terapêutico.

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